Na parábola do juiz injusto, mostrou Cristo o
que devemos fazer. "E Deus não fará justiça a Seus escolhidos, que clamam
a Ele de dia e de noite?" Lucas 18:7. Cristo, nosso exemplo, nada fez para
Se justificar e livrar. Confiou Sua causa a Deus. Assim Seus seguidores não
devem acusar nem condenar, ou recorrer à violência, para se livrarem.
Se surgem provações que
parecem inexplicáveis, não devemos permitir que nossa paz nos seja roubada.
Conquanto sejamos tratados injustamente, não demonstremos raiva.
Alimentando o espírito de represália,
prejudicamo-nos a nós mesmos. Destruímos nossa confiança em Deus e
entristecemos o Espírito Santo. Ao nosso lado está uma Testemunha, um
Mensageiro celestial, que levantará o estandarte contra o inimigo.
Envolver-nos-á com os brilhantes raios do Sol da Justiça. Além disso, Satanás
não pode penetrar. Não pode atravessar esse escudo de luz sagrada.
Enquanto o mundo
progride na perversidade, nenhum de nós se lisonjeie de que não terá
dificuldades. Todavia, justamente essas dificuldades nos levam à sala de
audiência do Altíssimo. Podemos pedir conselho Àquele que é infinito em
sabedoria.
O Senhor diz:
"Invoca-Me no dia da angústia." Salmos 50:15. Convida-nos a Lhe
expormos nossas perplexidades e carências, e nossa necessidade de auxílio
divino. Exorta-nos a perseverar na oração. Logo que surjam dificuldades,
devemos apresentar-Lhe nossas petições sinceras e francas. Pelas orações
insistentes evidenciamos nossa forte confiança em Deus. O senso de nossa
necessidade nos induz a orar com fervor, e nosso Pai celestial é movido por
nossas súplicas.
Muitas vezes aqueles que
por sua fé sofrem afrontas e perseguições, são tentados a pensar que Deus os
esqueceu. Aos olhos dos homens são a minoria. Segundo toda a aparência, os
inimigos triunfarão sobre eles. Entretanto, não devem violentar a consciência.
Aquele que por eles padeceu e suportou suas aflições e cuidados, não os
desamparou.
Os filhos de Deus não
foram deixados sós e indefesos. A oração move o braço do Onipotente. As orações
"venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as
bocas dos leões, apagaram a força do fogo" - saberemos o que isto
significa, quando ouvirmos o relato de mártires que morreram por sua fé -
"puseram em fugida os exércitos dos estranhos". Heb. 11:33 e 34.
Se consagrarmos a vida a Seu serviço, nunca
chegaremos a situações para as quais Deus não haja feito provisão. Qualquer que
seja nossa situação, temos um Guia para nos dirigir o caminho; quaisquer que
sejam nossas perplexidades, temos um conselheiro infalível; quaisquer que sejam
nossas aflições, privações ou solidão, temos um Amigo compassivo. Se em nossa
ignorância dermos passos errados, Cristo não nos abandona. Ouviremos Sua voz
clara e distinta: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida." João
14:6. "Livrará ao necessitado quando clamar, como também ao aflito e ao
que não tem quem o ajude." Salmos 72:12.
O Senhor declara que é
honrado por aqueles que a Ele se achegam e O servem fielmente. "Tu
conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em
Ti." Isaías 26:3. O braço do Todo-poderoso está estendido para nos
conduzir avante e sempre avante. Avançai, diz o Senhor, enviar-vos-ei socorro.
Para a glória de Meu nome é que pedis e vos será concedido. Serei honrado
diante daqueles que espreitam vosso fracasso. Eles verão Minha Palavra triunfar
gloriosamente. "E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o
recebereis." Matheus 21:22.
Invoquem a Deus todos os que estão em
tribulações ou são maltratados. Desviai-vos daqueles cujo coração é como o aço,
e tornai conhecidas as vossas petições ao vosso Criador. Ele jamais repele
alguém que a Ele recorre com coração contrito. Nenhuma oração sincera se perde.
Em meio das antífonas do coro celestial, Deus ouve o clamor do mais débil ser
humano. Derramamos o desejo do nosso coração em secreto, murmuramos uma oração
enquanto seguimos nosso caminho, e nossas palavras atingem o trono do Monarca
do Universo. Podem não ser audíveis aos ouvidos humanos, porém não podem morrer
no silêncio, nem perder-se no tumulto dos afazeres diários. Nada pode sufocar o
desejo da alma. Alça-se sobre o barulho das ruas e a confusão da multidão, às
cortes celestiais. É a Deus que falamos e nossa oração é atendida.
Você que se sente o mais
indigno, não tema confiar seu caso a Deus. Quando Se entregou a Si mesmo em
Cristo pelos pecados do mundo, assumiu Ele o caso de todo pecador. "Aquele
que nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes, O entregou por todos nós, como
nos não dará também com Ele todas as coisas?" Romanos 8:32. Não cumprirá
Ele a graciosa palavra que nos deu para nos animar e fortalecer?
Cristo nada mais anela
que redimir do domínio de Satanás Sua herança. Todavia, antes de sermos
libertos do poder de Satanás exteriormente, precisamos ser redimidos de seu
poder interior. O Senhor permite provações, para sermos purificados do
mundanismo, do egoísmo, de traços de caráter grosseiros e não semelhantes aos
de Cristo. Tolera que passem sobre nosso ser as águas profundas da tribulação,
para que O conheçamos, e a Jesus Cristo, a quem enviou, para que experimentemos
o desejo intenso de ser purificados de toda a contaminação, e saiamos da prova
mais puros, santos e felizes. Muitas vezes entramos na fornalha da provação com
a alma entenebrecida pelo egoísmo; se, porém, permanecermos pacientes sob a
prova cruciante, refletiremos, ao dela sair, o caráter divino. Se Seu propósito
na aflição for alcançado, "fará sobressair a tua justiça como a luz; e o
teu juízo, como o meio-dia". Salmos 37:6.
Não há perigo de que o Senhor despreze as
orações de Seu povo. O perigo está em que desanimem na tentação e prova e
deixem de perseverar em oração.
O Salvador demonstrou
divina compaixão para com a mulher siro-fenícia. Comoveu-Se-Lhe o coração ao
ver sua aflição. Anelava dar-lhe imediata segurança de que sua oração fora
atendida; porém desejava dar aos discípulos uma lição, e por um tempo pareceu
desprezar o clamor daquele coração torturado. Depois de ser manifesta a Sua fé,
falou-lhe palavras de louvor e enviou-a com a preciosa bênção pela qual orava.
Os discípulos jamais esqueceram essa lição; e foi registrada para mostrar o
resultado da oração perseverante.
Cristo mesmo colocou no
coração daquela mãe a persistência que não se deixa repelir. Cristo foi quem
deu àquela suplicante viúva, ânimo e resolução perante o juiz. Cristo foi quem,
séculos atrás, no misterioso conflito junto ao Jaboque, inspirou a Jacó a mesma
perseverante fé; e não deixou de recompensar a confiança que Ele mesmo
implantara.
Ele, que mora no santuário celeste, julga
justamente. Tem mais prazer em Seus filhos que pelejam com as tentações num
mundo de pecado, do que na multidão de anjos que Lhe circunda o trono.
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