O pecado da presunção jaz ao lado da virtude da
fé perfeita e da confiança em Deus. Satanás se gabava de que poderia ter
vantagem sobre a humanidade de Cristo, insistindo com Ele que passasse da fé
para a presunção. Neste ponto muitas pessoas já caíram. Satanás tentou enganar
a Cristo através da lisonja. Admitia que Ele estava correto no deserto, tendo
fé e confiança de que Deus era Seu Pai, mesmo sob circunstâncias difíceis.
Então intimou Cristo a dar-lhe uma prova adicional de Sua inteira dependência
de Deus, mais uma evidência de fé de que Ele era o Filho de Deus, atirando-Se
do templo. Disse a Cristo que se Ele realmente fosse o Filho de Deus não tinha
nada a temer, porque anjos estariam ali para ampará-Lo. Satanás dava evidências
de que conhecia as Escrituras pelo uso que fez delas.
O Redentor do mundo não
vacilou de Sua integridade, e mostrou que Ele tinha perfeita fé no cuidado
prometido por Seu Pai. Não levaria a fidelidade e o amor do Pai a um julgamento
desnecessário, apesar de estar nas mãos de um inimigo e colocado numa posição
de extrema dificuldade e perigo. Não iria tentar presunçosamente a Deus a que
agisse em Sua providência por sugestão de Satanás. Satanás extraiu das
Escrituras aquilo que parecia apropriado para a ocasião, esperando conseguir
seus intentos fazendo aplicação ao Salvador naquele momento especial.
Cristo sabia que Deus realmente O sustentaria se
Ele Lhe tivesse ordenado atirar-Se do pináculo do templo. Mas fazer isto sem
ser mandado, tentando o protetor cuidado e o amor do Pai, porque Satanás O
desafiara a fazer tal coisa, não mostraria a força de sua fé! Pois Satanás
sabia muito bem que se Cristo prevalecesse e sem ser ordenado pelo Pai,
saltasse do templo para provar a Sua assertiva do cuidado protetor do Pai
celeste, justamente neste ato estaria mostrando a fraqueza de Sua natureza
humana.
Cristo saiu vitorioso da
segunda tentação. Manifestou perfeita confiança e fé no Pai durante Seu severo
conflito com o poderoso inimigo. Nosso Redentor, na vitória aqui obtida, deixou
para o homem um exemplo perfeito, mostrando-lhe confiança e inabalável fé em
Deus, nas provas e perigos. Ele recusou prevalecer sobre a misericórdia do Pai,
colocando-Se em perigo, obrigando o Pai celeste a demonstrar Seu poder para
salvá-Lo do perigo. Isto forçaria a providência em Seu favor e Ele não deixaria
para Seu povo um exemplo perfeito de fé e firme confiança em Deus.
O objetivo de Satanás ao
tentar a Cristo era levá-Lo à presunção audaciosa, mostrando a fraqueza humana
que impediria fosse um perfeito modelo para Seu povo. Pensava que se Cristo
falhasse em suportar o teste de suas tentações, não poderia haver redenção para
a humanidade e o seu poder sobre ela seria completo.
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