Cristãos professos tomam parte em festividades e
cenas de divertimentos que degradam a religião de Jesus Cristo. É impossível
que estes que desfrutam das numerosas reuniões sociais e festivas da igreja
somente por prazer, tenham um amor ardente e sagrada reverência por Jesus. Suas
palavras de alerta e instruções não têm nenhuma repercussão na sua mente.
Deveria Cristo vir a essas reuniões que são absorvidas em brincadeiras e
divertimentos frívolos, onde a melodia solene de Sua voz fosse ouvida em
bênção, dizendo: "Paz seja nesta casa"? Lucas 10:5. Como poderia o
Salvador do mundo alegrar-Se com cenas de divertimento e leviandade?
Os cristãos e o mundo unem-se em um coração e
espírito nestas ocasiões de festas. O Varão de Dores, que experimentou as
angústias, não será bem-vindo nestes lugares de diversão. Os amantes do prazer
e da suntuosidade, imprudentes e frívolos, ajuntam-se nos salões e o esplendor
e os enfeites da moda são vistos por todos os lados. Os ornamentos das cruzes
de ouro e pérola, que representam o Redentor crucificado, adornam as pessoas. Mas
Aquele que essas jóias altamente preciosas representam não tem valor e não é
bem-vindo nas reuniões. Sua presença seria um constrangimento em suas
hilaridades e divertimentos sensuais, lembrando-os do dever negligenciado e
trazendo-lhes à lembrança pecados ocultos que Lhe produziram semblante pesaroso
e olhos tristes e lacrimosos.
A presença de Cristo
seria positivamente dolorosa nesses ambientes de prazer.
Certamente ninguém O convidaria para lá, porque
Seu semblante está assinalado por tristeza maior do que a dos filhos dos
homens, por causa desses divertimentos que tiram Deus da mente e tornam a
estrada atraente para o pecador. Os encantamentos dessas cenas excitantes
pervertem a razão e destroem a reverência pelas coisas sagradas. Ministros que
professam ser representantes de Cristo, freqüentemente lideram esses
divertimentos frívolos. "Vós sois", disse Cristo, "a luz do
mundo. ... Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos Céus." Matheus
5:14 e 16. De que maneira a luz da verdade brilha daquele que é fútil e só
busca o prazer? Os professos seguidores de Cristo que cedem ao divertimento e
às festividades não podem ser participantes dos sofrimentos de Cristo. Não têm
nenhum senso dos Seus sofrimentos. Não têm interesse em meditar sobre
desprendimento e sacrifício. Têm pouco interesse em estudar sobre esses pontos
que assinalam a história da vida de Cristo, sobre os quais repousa o plano da
salvação, mas imitam o antigo Israel, que comeu, bebeu e levantou-se para
divertir-se. A fim de copiar corretamente um modelo, devemos estudar
cuidadosamente o seu desenho. Se realmente devemos vencer como Cristo venceu,
devemos misturar-nos na companhia dos que são santificados e glorificados
diante do trono de Deus. É da mais alta importância que estejamos
familiarizados com a vida de nosso Redentor e que neguemos a nós mesmos como
fez Cristo. Devemos enfrentar as tentações e transpor obstáculos através de
labutas e sofrimentos e, em nome de Jesus, vencer como Ele venceu.
A grande tentação de Jesus no deserto quanto ao
apetite visava deixar ao homem um exemplo de desprendimento. Este prolongado
jejum tinha em vista convencer os homens quanto à pecaminosidade das coisas às
quais o professo cristão cede. A vitória que Cristo ganhou no deserto visava
mostrar ao homem a pecaminosidade das coisas em que eles têm tido tanto prazer.
A salvação do homem estava na balança, para ser decidida pela tentação de
Cristo no deserto. Se Cristo saísse vitorioso sobre o apetite, então haveria a
possibilidade do homem, de vencer. Se Satanás ganhasse a vitória através de sua
sutileza, o homem estaria escravizado ao poder do apetite, numa cadeia de
condescendência sobre a qual não teria poder moral para quebrá-la. Unicamente a
natureza humana de Cristo nunca poderia ter suportado este teste, mas Seu poder
divino combinado com a natureza humana ganhou a vitória infinita em favor do
homem. Nosso representante nesta vitória levantou a humanidade na escala de
valor moral diante de Deus.
Os cristãos que compreendem o mistério de
piedade, que têm um alto e sagrado senso da expiação, que reconhecem nos
sofrimentos de Cristo no deserto uma vitória ganha para eles, verão tão
assinalado contraste entre estas coisas e as reuniões da igreja em busca de
prazeres e condescendência com o apetite, que se voltariam com desgosto destas
cenas de festanças. Os cristãos deveriam fortalecer-se grandemente comparando
honesta e freqüentemente sua vida com a verdadeira norma, a vida de Cristo. As
numerosas reuniões sociais, festivais e piqueniques que constituem uma tentação
ao apetite exagerado e aos divertimentos, os quais levam à leviandade e ao
esquecimento de Deus, não podem encontrar sanções no exemplo de Cristo, o
Redentor do mundo, o único padrão seguro que o homem deve copiar se deseja
vencer como fez Cristo.
Apresentamos a norma infalível para todos os
cristãos. Disse Cristo: "Vós sois o sal da terra; e, se o sal for
insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar
fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder
uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca
debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem o vosso Pai, que está nos Céus." Matheus 5:13-16.
A luz do Céu deve ser
refletida ao mundo através dos seguidores de Cristo. É obra vitalícia dos
cristãos dirigir a mente dos pecadores a Deus. A vida do cristão deve despertar
no coração dos mundanos uma visão mais elevada da pureza da religião cristã.
Isto fará dos crentes o sal da Terra, o poder salvífico no mundo; porque um
caráter cristão bem-desenvolvido é harmonioso em todas as suas partes.
Tememos pela juventude de nossos dias por causa
do exemplo que lhes é dado por aqueles que professam ser cristãos. Não podemos
fechar a porta da tentação à juventude, mas podemos educá-la para que suas
palavras e ações possam ter uma influência direta sobre sua felicidade ou
miséria futuras. Serão expostos à tentação. Encontrarão inimigos dentro e fora,
mas devem ser instruídos a permanecer firmes na sua integridade, tendo
princípios morais para resistir à tentação. As lições dadas a nossa juventude
por professores cristãos amantes do mundo estão fazendo um grande mal. As
reuniões festivas, as glutonarias, as loterias, as cenas mudas e representações
teatrais estão fazendo um trabalho que produzirá um registro com seu fardo de
resultados para o juízo.
Todas estas
inconsistências, sancionadas pelos professos cristãos debaixo de uma roupagem
de beneficência cristã, a fim de coletar recursos para pagar despesas da
igreja, têm sua influência sobre a juventude, tornando-a amante dos prazeres
mais do que amante de Deus. Pensam que se os cristãos podem incentivar estas
loterias e interessar-se nelas e em cenas de festividades, e relacioná-las com
coisas sagradas, porque eles não estariam certos em interessar-se por loterias
e entrar em jogos a fim de ganhar dinheiro para propósitos especiais?
É plano estudado de Satanás vestir o pecado com
roupagem de luz para esconder sua deformidade e torná-lo atraente. Pastores e
povo que professam a justiça estão se unindo ao adversário de nossa salvação,
ajudando-o em seus planos. Nunca houve tempo em que cada membro da igreja
devesse sentir sua responsabilidade de andar humilde e prudentemente diante de
Deus, como no presente. Filosofias vãs, falsos credos e infidelidade estão
aumentando. Muitos dos que tomam o nome de seguidores de Cristo estão, através
de um coração orgulhoso, buscando popularidade e se desviando dos marcos
estabelecidos. Os claros mandamentos de Deus em Sua Palavra são descartados
porque são considerados comuns e ultrapassados, enquanto as teorias vãs e vagas
atraem a mente e satisfazem a imaginação. Nesses cenários de festividades na
igreja, há uma união com o mundo que a Palavra de Deus não justifica.
Cristianismo e mundanismo estão unidos nessas reuniões.
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