quarta-feira, 11 de maio de 2016

20 (No Deserto da Tentação) A Terceira Tentação



Satanás viu que ele não prevaleceu em nada contra Cristo na sua segunda grande tentação. "Novamente, O transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-Lhe todos os reinos do mundo e a glória deles. E disse-Lhe: Tudo isto Te darei se, prostrado, me adorares." Matheus. 4:8 e 9.
Nas duas primeiras grandes tentações Satanás não havia revelado seus verdadeiros propósitos ou seu caráter; ele afirmava ser um mensageiro exaltado das cortes do Céu, mas agora tira seu disfarce. Apresentou a Cristo todos os reinos do mundo na mais atrativa luz, enquanto se dizia ser o príncipe deste mundo.
Essa última tentação era a mais persuasiva das três. Satanás sabia que a vida de Cristo deveria ser de tristezas, dificuldades e conflitos. Ele pensou que poderia aproveitar-se desse fato para subornar Cristo a renunciar à Sua integridade. Satanás usou toda a sua força nessa última tentação, pois este último esforço iria decidir seu destino, quem seria vitorioso. Ele afirmava que o mundo era seu domínio e que ele era o príncipe das potestades do ar.
Levou Jesus ao topo de um monte muito alto e apresentou-Lhe uma visão panorâmica de todos os reinos do mundo, que por muito tempo tinham estado sob seu domínio e os ofereceu a Ele como uma grande dádiva. Disse a Cristo que Ele poderia apossar-Se de todos estes reinos, sem sofrimento ou perigo. Satanás prometeu ceder o seu cetro e domínio e fazer de Cristo o governante de direito por apenas um só favor dele. Tudo que ele queria em retorno por entregar-Lhe todos os reinos do mundo naquele dia apresentados diante dele, é que Cristo deveria prestar-lhe homenagem como a um superior.
Os olhos de Jesus repousaram por um momento sobre a glória apresentada diante dele; voltou-Se, porém, recusando continuar a olhar para o fascinante espetáculo. Não iria danificar Sua leal integridade perdendo tempo com o tentador. Quando Satanás solicitou a homenagem divina de Cristo, despertou-se-Lhe a indignação e Ele não pôde mais tolerar sua presunção profana nem mesmo permitir-lhe que. permanecesse na Sua presença. Aqui, Cristo exerceu Sua autoridade divina e ordenou que Satanás desistisse. "Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele servirás." Matheus. 4:10.
Satanás, em seu orgulho e arrogância, havia declarado ser ele o governante do mundo por direito permanente, o possuidor de todas as suas riquezas e glórias, exigindo homenagem dos seus seres viventes, como se ele tivesse criado o mundo e todas as coisas que nele existem. Disse a Cristo: "Dar-Te-ei a Ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e a dou-o a quem quero." Luicas 4:6. Procurou fazer um contrato especial com Cristo, ordenando que Ele o adorasse.
Este insulto ao Criador levou a indignação do Filho de Deus a repreendê-lo e expulsá-lo. Satanás orgulhou-se de haver escondido seu verdadeiro caráter e propósito na primeira tentação, de tal modo que Cristo não o reconheceu como o chefe rebelde caído que Ele já havia derrotado e expulso do Céu. As palavras de Cristo: "Vai-te, Satanás" (Luicas 4:8), evidenciaram que ele fora reconhecido desde a primeira tentação, e toda a sua habilidade não teve nenhum êxito sobre o Filho de Deus. Satanás sabia que se Cristo tivesse de morrer para redimir o homem, seu poder terminaria após algum tempo e ele seria destruído. Assim sendo, era seu estudado plano impedir, se possível, a conclusão do grande trabalho que foi começado pelo Filho de Deus. Se o plano da redenção do homem falhasse, ele reteria o reino que então requeria e, se fosse bem-sucedido, regozijaria-se de que reinaria em oposição ao Deus do Céu.
Quando Jesus deixou o Céu, deixando lá o Seu poder e glória, Satanás exultou. Pensou que o Filho de Deus fora colocado sob seu poder. A tentação ao santo par no Éden fora tão fácil que ele esperava que com sua satânica astúcia e poder venceria até mesmo o Filho de Deus e salvaria sua vida e seu reino. Se ele pudesse tentar Jesus a afastar-Se da vontade de Deus, como fez na sua tentação a Adão e Eva, então seu objetivo seria alcançado.
Estava prestes a vir o tempo em que Jesus redimiria a possessão de Satanás, dando Sua própria vida; e depois de algum tempo tudo no Céu e na Terra se submeteria a Ele. Foi fiel. Escolheu uma vida de sofrimento, uma ignominiosa morte e, da maneira apontada pelo Pai, tornar-Se-ia o governador legítimo dos reinos da Terra, tendo-os nas mãos como possessão para sempre. Satanás também seria colocado em Suas mãos para ser destruído pela morte e nunca mais molestar a Jesus e aos santos na glória.
Disse Jesus a este vil inimigo: "Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele servirás." Matheus. 4:10. Satanás havia desafiado Cristo a mostrar-lhe evidência de que Ele era o Filho de Deus, e agora tinha a prova que pedira. Foi compelido a obedecer à ordem divina. Foi repelido e silenciado. Não teve poder para resistir ao positivo repúdio. Foi repelido instantaneamente, sem uma palavra de resistência, desistindo e deixando o Redentor do mundo.
A presença odiosa de Satanás foi afastada. A luta estava terminada. Com inexprimível sofrimento, a vitória de Cristo no deserto foi tão completa como fora a queda de Adão. Por um espaço de tempo Ele Se livrou da presença do Seu poderoso adversário e de suas legiões de anjos.

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