A Decisão
Tiago também apresentou seu testemunho com decisão - que
Deus decidira outorgar aos gentios os mesmos privilégios dos judeus. Ao
Espírito Santo pareceu bem não impor aos gentios conversos a lei cerimonial, e
os apóstolos e anciãos, depois de cuidadoso estudo do assunto, viram-no na
mesma luz, e seu parecer foi como o parecer do Espírito de Deus. Tiago presidiu
o concílio e sua decisão final foi: "Pelo que julgo que não se deve
perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus." Atos
15:19.
Sua sentença foi que a lei cerimonial, e especialmente a
ordenança da circuncisão, não deveriam ser impostas aos gentios, ou a eles
sequer recomendadas.
Tiago procurou imprimir
na mente de seus irmãos o fato de que, em se tornando da idolatria para Deus,
os gentios tinham feito grande mudança em sua fé, e que se deveria usar muita
cautela para não perturbá-los com assuntos embaraçantes e duvidosos de somenos
importância, para que não desanimassem em seguir a Cristo.
Os gentios, porém, não deviam seguir uma conduta que materialmente
conflitasse com as opiniões de seus irmãos judeus, ou que criasse em sua mente
preconceito contra eles. Os apóstolos e anciãos, portanto, concordaram em
instruir por carta aos gentios a se absterem de carnes sacrificadas aos ídolos,
da prostituição, do que é sufocado e do sangue. Deviam guardar os mandamentos e
santificar a vida. Foi-lhes afirmado que os que declaravam ser a circuncisão
obrigatória não estavam autorizados a fazê-lo pelos apóstolos.
Paulo e Barnabé eram-lhes recomendados como pessoas que
haviam arriscado a vida pelo Senhor. Judas e Silas foram enviados com estes
apóstolos para declararem aos gentios de viva voz a decisão do concílio. Os
quatro servos de Deus foram enviados a Antioquia com a epístola e a mensagem, e
isso pôs fim a toda controvérsia; porque era voz da mais alta autoridade sobre
a Terra.
O concílio que decidiu este caso era composto dos fundadores
das igrejas cristãs judaicas e gentias. Estavam presentes anciãos de Jerusalém
e delegados de Antioquia, e as igrejas mais influentes estavam representadas. O
concílio não reclamou a infalibilidade de suas deliberações, mas conduziu-se de
acordo com os ditames de iluminado juízo e com a dignidade de uma igreja
estabelecida pela vontade divina. Viram que o próprio Deus tinha decidido a
questão favorecendo os gentios como Espírito Santo, e
era-lhes deixado seguir a guia do Espírito.
Não foram convocados todos os cristãos para votarem sobre a
questão. Os apóstolos e anciãos - homens de influência e bom senso - redigiram
e expediram o decreto, que foi logo aceito pelas igrejas cristãs. Nem todos,
entretanto, ficaram contentes com a decisão; havia uma facção de falsos irmãos
que tomaram a decisão de se empenhar em uma obra de sua própria
responsabilidade. Puseram-se a murmurar e criticar, propondo novos planos e
procurando deitar abaixo a obra dos homens experientes a quem Deus havia
mandado ensinar a doutrina de Cristo. Desde o início teve a igreja tais
obstáculos a enfrentar, e há de tê-los até a consumação do tempo.
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