sexta-feira, 24 de outubro de 2014

36 (História da Redenção) A Conversão de Saulo - Parte 3


                                                       Dirigido Para a Igreja 

    A resposta à pergunta de Saulo foi: "Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer." Atos 9:6. Jesus enviou o ex-perseguidor judeu a Sua igreja, para dela obter um conhecimento de seu dever. Cristo realizou a obra de revelação e convicção; agora o penitente estava em condições de aprender daqueles a quem Deus ordenou para ensinar Sua verdade. Assim Jesus sancionou a autoridade de Sua igreja organizada, e colocou Saulo em associação com Seus representantes na Terra. A luz da celestial iluminação impedira Saulo da visão, e Jesus, o grande Médico, não a restaurou imediatamente. Todas as bênçãos fluem de Cristo; entretanto, havia Ele estabelecido uma igreja como Sua representante na Terra, e a ela pertencia a obra de guiar o arrependido pecador no caminho da vida. Os mesmos homens a quem Saulo tinha o propósito de destruir deviam ser seus instrutores na religião que ele desprezara e perseguira. 

    A fé de Saulo foi severamente provada durante três dias de jejum e oração na casa de Judas, em Damasco. Ele estava totalmente cego, e em completas trevas mentais para  o que fosse requerido dele. Tinha sido orientado para ir a Damasco, onde lhe seria dito o que convinha fazer. Em sua incerteza e desespero clamou ferventemente a Deus. "E havia em Damasco um certo discípulo chamado Ananias; e disse-lhe o Senhor em visão: Ananias! E ele respondeu: Eis-me aqui, Senhor. E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando; e numa visão ele viu que entrava um homem chamado Ananias, e punha sobre ele a mão, para que tornasse a ver." Atos 9:10-12. 

    Ananias mal podia crer nas palavras do anjo mensageiro, pois a odiosa perseguição de Saulo aos santos em Jerusalém tinha se espalhado por perto e longe. Atreveu-se a argumentar, dizendo: "Senhor, a muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos Teus santos em Jerusalém; e aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o Teu nome." Atos 9:13 e 14. Mas a ordem para Ananias foi imperativa: "Vai, porque este é para Mim um vaso escolhido, para levar o Meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel." Atos 9:15. 

    O discípulo, obediente à orientação do anjo, saiu em busca do homem que ainda recentemente havia respirado ameaças contra todos os que criam no nome de Jesus. Dirigiu-se a ele: "Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado." Atos 9:17 e 18. 

    Aqui deu Cristo um exemplo de Sua maneira de operar     para a salvação dos homens. Podia ter feito todo esse trabalho diretamente por Saulo; porém, isso não estava de acordo com Seu plano. Suas bênçãos deveriam vir através das instrumentalidades que Ele havia ordenado. Saulo tinha alguma coisa a fazer em matéria de confissão àqueles cuja destruição tramara; e Deus tinha um trabalho responsável a ser feito pelos homens a quem autorizara para agir em Seu lugar. 

    Saulo tornou-se um aluno dos discípulos. À luz da lei viu-se como um pecador. Viu que Jesus, o qual, em sua ignorância, havia considerado um impostor, é o autor e fundamento da religião do povo de Deus desde os dias de Adão, o consumador da fé agora tão clara a sua iluminada visão; o defensor da verdade, e o cumpridor das profecias. Ele considerara Jesus como alguém que tornava sem efeito a lei de Deus; porém quando sua visão espiritual foi tocada pelo dedo de Deus, aprendeu que Cristo foi o originador de todo o sistema sacrifical judaico; que Ele veio ao mundo com o expresso propósito de reivindicar a lei de Seu Pai; e que em Sua morte a lei típica encontrou-se com o antítipo. À luz da lei moral, da qual havia crido ser zeloso guardador, Saulo viu-se como o principal dos pecadores.

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