Estêvão era muito ativo na
causa de Deus e declarava sua fé corajosamente. "Levantaram-se alguns que
eram da sinagoga chamada dos libertinos, e dos cireneus e dos alexandrinos, e
dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão. E não podiam resistir
à sabedoria, e ao Espírito com que falava." Atos 6:9 e 10. Esses
estudiosos dos grandes rabis estavam confiantes que numa discussão pública
poderiam obter uma completa vitória sobre Estêvão, por causa de sua suposta
ignorância. Ele porém, não somente falava com o poder do Espírito Santo, mas
ficava claro a toda a vasta assembléia que era também um estudioso das
profecias e versado em todos os assuntos da lei. Defendia habilmente as
verdades que advogava, e confundia inteiramente seus oponentes.
Os sacerdotes e príncipes
que testemunharam a maravilhosa demonstração de poder que acompanhava a
apresentação de Estêvão encheram-se de ódio atroz. Em vez de se renderem ao
peso das evidências que apresentava, determinaram silenciar sua voz, matando-o.
Judeus eruditos das regiões
circunvizinhas foram convocados para o propósito de refutar os argumentos do
acusado.
Saulo, que se havia
distinguido como zeloso oponente da doutrina de Cristo, e perseguidor de todos
os que nEle criam, também estava presente. Este homem letrado tomou parte
importante contra Estêvão. Trouxe o peso da eloqüência e a lógica dos rabis a
atuarem no caso, e convenceu o povo de que Estêvão estava pregando doutrinas
enganadoras e perigosas.
Mas Saulo encontrou em Estêvão alguém tão
altamente educado como ele mesmo, e alguém que tinha plena compreensão do
propósito de Deus em propagar o evangelho às outras nações. Ele cria no Deus de
Abraão, Isaque e Jacó, e estava vigorosamente firmado em relação aos
privilégios dos judeus; mas sua fé era ampla, e ele sabia que viera o tempo em
que os verdadeiros crentes deviam adorar não apenas em templos feitos por mãos,
mas, através do mundo, homens poderiam adorar a Deus em Espírito e em verdade.
O véu foi tirado dos olhos de Estêvão, e ele discerniu o fim daquilo que foi
abolido pela morte de Cristo.
Os sacerdotes e príncipes, embora
veementes em sua oposição, em nada prevaleceram contra sua clara e calma
sabedoria. Determinaram fazer de Estêvão um exemplo e, enquanto assim
satisfaziam seu ódio vingativo, impediriam outros, pelo medo, de adotarem sua
crença. Acusações foram proferidas contra ele, da maneira mais enganosa. Falsas
testemunhas foram assalariadas para testificar que o ouviram proferir palavras
blasfemas contra o templo e a lei. Disseram: "Porque nós lhe ouvimos dizer
que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que
Moisés nos deu." Atos 6:14.
Quando Estêvão se colocou face a face com
seus juízes, para responder à acusação de blasfêmia, um santo brilho
resplandeceu em seu rosto. "Todos os que estavam assentados no conselho,
fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de anjo." Atos 6:15.
Muitos dos que contemplavam o iluminado rosto de Estêvão tremeram e cobriram a
face, mas a pertinaz incredulidade e preconceito não se abalaram.
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