segunda-feira, 13 de outubro de 2014

33 ( História da Redenção ) Lealdade a Deus sob Perseguição - Parte Final



                                                          O Segundo Julgamento 

    "Então foi o capitão com os servidores, e os trouxe, não com violência (porque temiam ser apedrejados pelo povo). E, trazendo-os os apresentaram ao conselho. E o sumo sacerdote os interrogou, dizendo: Não vos admoestamos nós expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina, e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem." Atos 5:26-28. Eles não estavam tão dispostos a levar a culpa pela morte de Jesus, como quando se associaram ao clamor da vil turba: "Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos." Matheus 27:25. 

    Pedro, com os demais apóstolos, tomou a mesma linha de defesa que tinha seguido em seu primeiro julgamento: 

    "Respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens." Atos 5:29. Foi o anjo enviado por Deus que os libertou da prisão ordenando-lhes a ensinar no templo. Seguindo suas instruções eles estavam obedecendo ao divino comando, o que deveriam seguir fazendo com qualquer risco para si mesmos. Pedro continuou: "O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, suspendendo-O no madeiro. Deus com a Sua destra O elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados. E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que Lhe obedecem." Atos 5:30-32. 

    O Espírito da inspiração estava sobre os apóstolos, e os acusados se tornaram acusadores, lançando o assassínio de Cristo sobre os sacerdotes e príncipes que formavam o conselho. Os judeus ficaram tão irados que decidiram, sem qualquer outro julgamento e sem a autoridade dos oficiais romanos, tomar a lei em suas próprias mãos e matar os prisioneiros. Já culpados do sangue de Cristo, estavam agora ávidos de manchar as mãos com o sangue de Seus apóstolos. Mas estava ali um homem de saber e alta posição, cujo claro intelecto viu que este violento passo traria terríveis conseqüências. Deus suscitou um homem de seu próprio conselho para deter a violência dos sacerdotes e príncipes. 

    Gamaliel, o sábio fariseu e doutor, um homem de grande reputação, era uma pessoa de extrema precaução, que antes de falar em favor dos prisioneiros, pediu que eles fossem removidos. Então falou com grande ponderação e calma: "Varões israelitas, acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes homens. Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém: a este se ajuntou o número de     uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada. Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos. E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus." Atos 5:35-39. 

    Os sacerdotes não podiam senão ver plausibilidade nesta opinião; foram obrigados a concordar com ele, e com muita relutância soltaram os prisioneiros, depois de castigá-los com varas e insistir com eles vez após vez a não mais pregarem em nome de Jesus, ou suas vidas seriam o preço de sua ousadia. "Retiraram-se pois da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus. E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo." Atos 5:41 e 42. 

    Os perseguidores dos apóstolos devem ter ficado bem perturbados quando viram sua falta e habilidade para derrotar estas testemunhas de Cristo, que tiveram fé e coragem para transformar sua vergonha em glória e seu padecimento em alegria por amor de seu Mestre, que tinha suportado humilhação e agonia antes deles. Dessa maneira, esses bravos discípulos continuaram a ensinar em público, e em particular nas casas, a convite de seus habitantes, que não ousavam confessar abertamente sua fé, por temor dos judeus.

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