Até ali, os sacerdotes
tinham evitado mencionar a crucifixão ou ressurreição de Jesus; mas agora, em
cumprimento ao seu propósito, foram forçados a indagar dos acusados por que
poder haviam realizado a notória cura do inválido. Então Pedro, cheio do Espírito
Santo, dirigiu-se aos sacerdotes e anciãos respeitosamente, e declarou:
"Seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de
Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus
ressuscitou dos mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. Ele é
a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça
de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum
outro nome há, dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos." Atos
4:10-12.
O selo de Cristo foi posto
sobre as palavras de Pedro, e seu rosto foi iluminado pelo Espírito Santo.
Próximo a ele, como convincente testemunha, estava o homem que havia sido
milagrosamente curado. A aparência deste homem, que apenas poucas horas antes
era um desajudado coxo, mas agora restaurado à perfeita saúde, e esclarecido
acerca de Jesus de Nazaré, acrescentava
peso de testemunho às palavras de Pedro. Sacerdotes, príncipes e povo estavam
em silêncio. Os príncipes não tinham poder para refutar suas declarações.
Tinham sido obrigados a ouvir aquilo que menos desejavam ouvir: o fato da
ressurreição de Jesus Cristo, e Seu poder no Céu de realizar milagres por meio
de Seus apóstolos na Terra.
A defesa de Pedro, na qual confessou
corajosamente de onde obtinha sua força, apavorou-os. Ele se referiu à pedra
rejeitada pelos construtores - significando as autoridades da igreja, que
deviam ter percebido o valor dAquele a quem rejeitaram - mas que havia não
obstante Se tornado na pedra de esquina. Nessas palavras, ele se referiu
diretamente a Cristo, a pedra fundamental da igreja.
O povo estava espantado ante a ousadia dos
discípulos. Pensavam que, por serem ignorantes pescadores, seriam vencidos pelo
embaraço quando confrontados pelos sacerdotes, escribas e anciãos. Mas tiveram
conhecimento que eles tinham estado com Jesus. Os apóstolos falavam como Ele
havia falado, com um convincente poder que silenciava seus adversários. A fim
de ocultar sua perplexidade, os sacerdotes e príncipes ordenaram que os
apóstolos fossem afastados, para que pudessem aconselhar-se entre si.
Concordaram todos que era inútil negar que
o homem fora curado mediante o poder concedido aos apóstolos em nome de Jesus
crucificado. Alegremente encobririam o prodígio por meio de falsidades; mas a
obra fora feita em plena luz do dia diante de uma multidão, e já viera ao
conhecimento de milhares. Sentiram que a obra dos discípulos devia cessar
imediatamente, ou Jesus ganharia muitos adeptos, e sua própria desgraça poderia seguir-se,
pois estariam sujeitos a ser responsabilizados pelo assassínio do Filho de
Deus.
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