"Um homem tinha dois filhos e, dirigindo-se
ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele, porém,
respondendo, disse: Não quero. Mas, depois, arrependendo-se, foi. E,
dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu
vou, senhor; e não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles:
O primeiro." Matheus 21:28-31.
No sermão da montanha,
disse Cristo: "Nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos
Céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos Céus." Matheus
7:21. A prova de sinceridade não está nas palavras, mas nos atos. Cristo não
diz a ninguém: Que dizeis mais do que os outros? porém: "Que fazeis de
mais?" Matheus 5:47. Cheias de significação são Suas palavras: "Se
sabeis essas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes." João 13:17. As
palavras não são de valor algum se não forem acompanhadas de atos equivalentes.
Esta é a lição ensinada na parábola dos dois filhos.
Esta parábola foi
pronunciada na última visita de Cristo a Jerusalém, antes de Sua morte.
Expulsara do templo os vendedores e compradores. Sua voz lhes falara ao coração
com o poder de Deus. Assombrados e terrificados, obedeceram ao mando sem recusa
nem resistência.
Abatido
o terror, os sacerdotes e anciãos, voltando ao templo, encontraram Cristo
curando os enfermos e moribundos. Ouviram vozes de alegria e cânticos de
louvor. No próprio templo as crianças, a quem restaurara a saúde, acenavam
ramos de palmeiras e cantavam hosanas ao Filho de Davi. Criancinhas balbuciavam
os louvores do poderoso Médico. Contudo para os sacerdotes e anciãos isto não
bastava para vencer os preconceitos e ciúmes.
Quando, no dia seguinte,
Cristo ensinava no templo, os príncipes dos sacerdotes e anciãos do povo foram
ter com Ele, e disseram: "Com que autoridade fazes isso? E quem Te deu tal
autoridade?" Matheus 21:23.
Os sacerdotes e anciãos
tiveram uma insofismável demonstração do poder de Cristo. Na purificação do
templo, viram a autoridade do Céu irradiando de Seu semblante. Não puderam
resistir ao poder com que falara. Além disso, respondera-lhes pelas maravilhosas
curas. Dera, de Sua autoridade, provas que não podiam ser refutadas. Mas não
era evidência o que desejavam. Os sacerdotes e anciãos estavam ansiosos por
Jesus Se proclamar o Messias, para mal interpretarem-Lhe as palavras e
incitarem contra Ele o povo. Desejavam aniquilar Sua influência e matá-Lo.
Jesus sabia que se não
reconheciam a Deus na pessoa dEle, nem viam em Suas palavras a evidência de Seu
divino caráter, não creriam no próprio testemunho de que era o Cristo. Em Sua
resposta evitou a cilada a que esperavam induzi-Lo, e voltou sobre eles mesmos
a condenação.
"Também
vos perguntarei uma coisa", disse Ele, "se ma disserdes, também Eu
vos direi com que autoridade faço isso. O batismo de João donde era? Do Céu ou
dos homens?" Matheus 21:24 e 25.
Os sacerdotes e maiorais
ficaram perplexos. "E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: do Céu,
Ele nos dirá: Então, por que não o crestes? E, se dissermos: dos homens,
tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. E, respondendo a
Jesus, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem Eu vos digo com que
autoridade faço isso." Matheus 21:25-27.
"Não sabemos."
Essa resposta era uma falsidade. Mas os sacerdotes viram a posição em que
estavam e dissimularam, com o fim de se defender. João Batista viera testemunhando
dAquele cuja autoridade então discutiam. Apontara a Ele, dizendo: "Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." João 1:29. Ele O batizara,
e depois do batismo, quando Cristo orava, o Céu se abriu, e o Espírito de Deus
repousou sobre Ele como uma pomba, enquanto se ouviu uma voz do Céu, dizendo:
"Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo." Matheus 3:17.
Lembrando-se de como
João repetira as profecias a respeito do Messias, recordando a cena do batismo
de Jesus, os sacerdotes e maiorais não ousaram dizer que o batismo de João era
do Céu. Se reconhecessem a João como profeta, como criam que fosse, como
poderiam negar seu testemunho de que Jesus de Nazaré era o Filho de Deus? E não
podiam dizer que o batismo de João era dos homens por causa do povo que cria
que João fosse profeta. Assim, disseram: "Não sabemos."
Deu, então, Cristo a
parábola do pai e dos dois filhos. Quando o pai foi ao primeiro, dizendo:
"Vai
trabalhar hoje na minha vinha", o filho prontamente respondeu: "Não
quero." Matheus 21:28 e 29. Recusou obedecer, e entregou-se a companhia e
procedimentos ímpios. Mas depois se arrependeu e obedeceu ao chamado.
O pai foi ao segundo,
com a mesma ordem: "Vai trabalhar hoje na minha vinha." Esse filho
replicou: "Eu vou, senhor"; porém, não foi. Matheus 21:30.
Nessa parábola o pai
representa Deus, a vinha, a igreja. Pelos dois filhos são representadas duas
classes de pessoas.
O
filho que recusou obedecer à ordem, dizendo: "Não quero", representa
aqueles que vivem em transgressão aberta, que não fazem profissão de piedade,
que declaradamente recusam submeter-se ao jugo de restrição e obediência que a
lei de Deus impõe. Muitos destes, porém, se arrependeram depois e obedeceram ao
chamado divino. Quando o evangelho os atingiu, na mensagem de João Batista:
"Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos Céus", arrependeram-se
e confessaram seus pecados. Matheus 3:2.
No filho que disse:
"Eu vou, senhor" (Matheus 21:30), e não foi, revelou-se o caráter dos
fariseus. Como esse filho, os guias judeus eram impenitentes e presunçosos. A
vida religiosa da nação judaica tornara-se formalidade. Ao ser proclamada a lei
no monte Sinai, pela voz de Deus, todo o povo se comprometeu a obedecer.
Disseram: "Eu vou, senhor", porém não foram. Quando Cristo veio em
pessoa para lhes apresentar os princípios da lei, rejeitaram-nO. Cristo dera
aos guias judeus de Seu tempo provas abundantes de Sua autoridade e poder
divinos, e embora convictos, não quiseram aceitar a evidência. Cristo lhes
mostrou que continuavam a descrer porque não possuíam o espírito que conduz à
obediência. Declarara-lhes: "E assim invalidastes, pela vossa tradição, o
mandamento de Deus. Mas em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos
dos homens." Matheus 15:6 e 9.
Na multidão que estava
perante Jesus, havia escribas e fariseus, sacerdotes e maiorais, e depois de
ter apresentado a parábola dos dois filhos, Jesus perguntou: "Qual dos
dois fez a vontade do pai?" Esquecendo-se de si mesmos os fariseus
responderam: "O primeiro." Isto disseram sem perceber que
pronunciavam sentença contra si mesmos. Então Cristo fez a denúncia: "Em
verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no
reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho de justiça, e não o crestes,
mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isso, nem depois
vos arrependestes para o crer." Matheus 21:31 e 32.
João
Batista apresentou-se pregando a verdade, e por sua pregação os pecadores eram
convencidos e convertidos. Estes entrariam no reino dos Céus antes daqueles que
em justiça própria resistiam à solene advertência. Os publicanos e meretrizes
eram ignorantes, porém estes homens cultos conheciam o caminho da verdade.
Contudo recusavam andar no caminho que conduz ao Paraíso de Deus. A verdade que
deveria haver sido para eles um cheiro de vida para vida, tornou-se um cheiro
de morte para morte. Pecadores declarados, que se aborreciam a si mesmos,
receberam das mãos de João o batismo, porém esses mestres eram hipócritas. Seu
coração obstinado era o obstáculo para a aceitação da verdade. Resistiam à
convicção do Espírito de Deus. Negavam obediência aos Seus mandamentos.
Cristo não lhes disse:
Vós não podeis entrar no reino do Céu; porém, mostrou que eles mesmos criavam o
obstáculo que lhes embargava a entrada. A porta ainda estava aberta para esses
"Assim falarás à
casa de Jacó, ... se diligentemente ouvirdes a Minha voz e guardardes o Meu
concerto, então, sereis a Minha propriedade peculiar dentre todos os povos;
porque toda a terra é Minha. E vós Me sereis um reino sacerdotal e povo
santo." Êxodo 19:3, 5 e 6.
Os sacerdotes e anciãos de Israel passavam a
vida em cerimônias religiosas que consideravam muito sagradas para ligá-las com
negócios seculares. Por isso sua vida era tida como inteiramente religiosa.
Eles, porém, executavam as cerimônias para serem vistos dos homens, para que
fossem considerados pelo mundo piedosos e devotos. Ao passo que professavam
obedecer, recusavam prestar obediência a Deus. Não eram praticantes da verdade
que pretendiam ensinar.
Cristo declarou que João
Batista era um dos maiores profetas, e mostrou aos ouvintes que tinham prova
suficiente de que João era um mensageiro de Deus. As palavras do pregador no
deserto eram poderosas. Apresentou sua mensagem inflexivelmente, repreendendo
os pecados dos sacerdotes e maiorais, e prescrevendo-lhes as obras do reino dos
Céus. Apontou-lhes o desrespeito pecaminoso à autoridade de seu Pai por
eximirem-se ao cumprimento da tarefa a eles imposta. Não condescendeu com o
pecado, e muitos se arrependeram de sua injustiça.
Fosse genuína a
profissão dos guias judeus, e teriam recebido o testemunho de João e aceito a
Jesus como o Messias. Mas não produziram os frutos do arrependimento e justiça.
Justamente aqueles que desprezavam, os precediam no reino de Deus.
Na parábola, o filho que
disse: "Eu vou, senhor", apresenta-se como fiel e obediente; porém o
tempo mostrou que sua pretensão não era real. Não tinha verdadeiro amor ao pai.
Assim os fariseus orgulhavam-se de sua santidade; porém, quando provados, foram
achados em falta. Quando era de seu interesse, cumpriam exatamente as
exigências da lei; mas, ao ser-lhes requerido obediência, anulavam toda a força
dos preceitos de Deus por meio de ardilosos enganos. Deles declarou Cristo:
"Não
procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam."
Matheus 23:3. Não possuíam verdadeiro amor a Deus e aos homens. Deus os chamou
para serem Seus colaboradores no abençoar o mundo; mas se bem que nominalmente
aceitavam a chamada, na prática negavam obediência. Confiavam em si mesmos e
orgulhavam-se de sua bondade; mas desprezavam os mandamentos de Deus. Recusavam
fazer a obra que Deus lhes prescrevera, e por causa de sua transgressão o
Senhor estava prestes a divorciar-Se da nação desobediente.
Justiça própria não é
verdadeira justiça, e aqueles que a ela se apegam terão que sofrer as
conseqüências de uma decepção fatal. Muitos hoje em dia presumem obedecer aos
mandamentos de Deus, todavia não possuem no coração o amor de Deus para
transmiti-lo a outros. Chama-os Cristo para se unirem com Ele em Sua obra de
salvar o mundo, porém contentam-se com dizer: "Eu vou, Senhor." Não
vão, entretanto. Não cooperam com aqueles que estão executando a obra de Deus.
São ociosos. Como o filho infiel, fazem falsas promessas a Deus. Assumindo o
solene convênio da igreja, comprometeram-se a receber a Palavra de Deus,
obedecer-lhe, entregar-se a Seu serviço, porém não fazem isto. Nominalmente
professam ser filhos de Deus, mas na vida e no caráter desmentem o parentesco.
Não rendem a vontade a Deus. Vivem uma mentira.
A promessa de obediência
aparentam cumprir quando esta não exige sacrifício; mas quando são requeridas
abnegação e renúncia, quando vêem a cruz para ser levada, retrocedem. Deste
modo a convicção do dever desaparece, e a transgressão consciente dos
mandamentos de Deus torna-se um hábito. O ouvido pode escutar a Palavra de
Deus, mas, a percepção espiritual está desligada. O coração está endurecido, e
a consciência cauterizada.
Não pense que você serve
a Cristo porque não Lhe manifesta aberta hostilidade. Desse modo enganamos a
nós mesmos. Retendo aquilo que Deus nos outorgou para usar em Seu serviço, seja
tempo ou meios ou qualquer outra dádiva por Ele concedida, trabalhamos contra
Ele.
Satanás
usa a sonolenta e descuidada indolência de professos cristãos para se
fortificar e conquistá-los para si. Muitos que presumem que embora não estejam
trabalhando ativamente para Cristo, estão contudo a Seu lado, habilitam o
inimigo a ocupar terreno e obter vantagens. Deixando de ser obreiros diligentes
do Mestre, deixando deveres por cumprir e palavras por pronunciar, permitem que
Satanás alcance domínio sobre as pessoas que podiam ser ganhas para Cristo.
Jamais poderemos ser
salvos na indolência e inatividade. Não há pessoa verdadeiramente convertida
que viva vida inútil e ociosa. Não nos é possível deslizar para dentro do Céu.
Nenhum preguiçoso pode entrar lá. Se não nos esforçarmos para conseguir entrada
no reino, se não procurarmos sinceramente aprender o que constitui suas leis,
não estaremos aptos para dele participar. Quem recusa cooperar com Deus na
Terra, não cooperaria com Ele no Céu. Não seria seguro levá-los para lá.
Mais esperança há para
os publicanos e pecadores do que para os que conhecem a Palavra de Deus, e
recusam obedecer-lhe. O homem que se vê pecador, sem paliativo para seu pecado,
que sabe estar corrupto de alma, corpo e espírito perante Deus, torna-se
alarmado, com medo de ser separado eternamente do reino dos Céus. Reconhece sua
condição enferma, e procura remédio do grande Médico, que disse: "O que
vem a Mim de maneira nenhuma o lançarei fora." João 6:37. Essas pessoas o
Senhor pode usar como obreiros em Sua vinha.
O filho que por algum
tempo negou obedecer ao mandado do pai não foi condenado por Cristo; mas,
tampouco foi louvado. A classe que age como o primeiro filho, recusando
obediência, não merece louvor por seu procedimento. Sua franqueza não deve ser
considerada virtude. Santificada pela verdade e santidade tornaria os homens
testemunhas destemidas para Cristo. Usada como é pelo pecador, porém, é
insultante e arrogante, e aproxima-se da blasfêmia. O fato de um homem não ser
hipócrita não lhe diminui a pecaminosidade. Quando os apelos do Espírito Santo
atingirem ao coração, nossa única segurança está em a eles responder sem
tardar. Quando vier o chamado: "Vai trabalhar hoje na Minha vinha",
não recuseis o convite. "Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso
coração." Hebreus 4:7. É perigoso postergar a obediência. Podeis nunca mais
ouvir o convite.
E
ninguém se lisonjeie de que o pecado acariciado algum tempo pode ser deixado
facilmente aos poucos. Não acontece assim. Todo pecado acariciado debilita o
caráter e fortalece o hábito; a depravação física, mental e moral é a
conseqüência. Podeis arrepender-vos do erro que cometestes, e pôr os pés no
caminho justo, porém, o molde de vosso espírito e a familiaridade com o mal vos
tornarão difícil distinguir entre o bem e o mal. Pelos maus hábitos formados,
Satanás vos atacará sempre e sempre.
No mandamento: "Vai
trabalhar hoje na Minha vinha", é provada a sinceridade de todo ser
humano. Haverá ações tão boas quanto as palavras? Utilizará o que foi chamado
todo o conhecimento que possui, trabalhando fiel e desinteressadamente para o
Proprietário da vinha?
O apóstolo Pedro nos
ensina a respeito do plano, segundo o qual devemos trabalhar. "Graça e paz
vos sejam multiplicadas", disse ele, "pelo conhecimento de Deus e de
Jesus, nosso Senhor. Visto como o Seu divino poder nos deu tudo o que diz
respeito à vida e piedade, pelo conhecimento dAquele que nos chamou por Sua
glória e virtude, pelas quais Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas
promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo
escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo.
"E
vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a
virtude, e à virtude, a ciência, e à ciência, a temperança, e à temperança,
paciência, e à paciência, a piedade, e à piedade, o amor fraternal, e ao amor
fraternal, a caridade." II Pedro 1:2-7.
Se você cultivar
fielmente a vinha de sua vida, Deus o fará colaborador Seu. E você terá que
fazer uma obra não somente para você, mas também para os outros. Representando
a igreja como a vinha, Cristo não nos ensina a restringir nossa simpatia e
trabalho aos membros. A vinha do Senhor deve ser ampliada. Deseja Ele que se
estenda a todas as partes da Terra. Recebendo instrução e graça de Deus,
devemos ensinar a outros como devem ser tratadas as preciosas plantas. Assim
ampliaremos a vinha do Senhor. Deus aguarda evidências de nossa fé, amor e
paciência. Procura ver se usamos toda faculdade espiritual para nos tornarmos
obreiros peritos em Sua vinha na Terra, para que possamos entrar no Paraíso de
Deus, aquele lar do Éden, do qual Adão e Eva foram expulsos pela transgressão.
A posição de Deus para
com os Seus é a de um pai, e tem o direito de pai ao nosso serviço fiel.
Considerai a vida de Cristo. Sendo a cabeça da humanidade, servindo o Pai, é um
exemplo do que cada filho deve e pode ser. A obediência que Cristo prestava,
Deus requer hoje da humanidade. Servia a Seu Pai com amor, voluntariedade e
livremente. "Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu",
declarava Ele, "sim, a Tua lei está dentro do Meu coração." Sal.
40:8. Cristo não considerava sacrifício algum muito grande, nem trabalho algum
pesado demais para executar a obra que viera fazer. Na idade de doze anos dizia:
"Não
sabeis que Me convém tratar dos negócios de Meu Pai?" Lucas 2:49. Ouvira o
chamado, e iniciara a obra. Disse Ele: "A Minha comida é fazer a vontade
dAquele que Me enviou e realizar a Sua obra." João 4:34.
Assim devemos servir a
Deus. Somente O serve aquele que age segundo a mais alta norma de obediência.
Todos quantos querem ser filhos e filhas de Deus precisam provar ser coobreiros
de Deus, de Cristo e dos anjos celestiais. Esta é a prova para cada alma.
Daqueles que O servem fielmente o Senhor diz: "Eles serão Meus, ...
naquele dia que farei, serão para Mim particular tesouro; poupá-los-ei como um
homem poupa a seu filho que o serve." Malaquias 3:17.
O grande objetivo de
Deus na execução de Suas providências é provar os homens e dar-lhes
oportunidades para desenvolver o caráter. Deste modo prova se são obedientes ou
não a Seus mandamentos. Boas obras não adquirem o amor de Deus, porém revelam
que possuímos esse amor. Se rendermos a vontade a Deus, não trabalharemos com o
fim de merecer o Seu amor. Seu amor, como dádiva livre, será acolhido no
coração, e impelido pelo mesmo nos deleitaremos em obedecer aos Seus
mandamentos.
Há
no mundo hoje somente duas classes, e somente essas duas serão reconhecidas no
Juízo - os que violam a lei de Deus, e os que a ela obedecem. Cristo nos dá a
prova pela qual demonstramos nossa lealdade ou deslealdade. Diz Ele: "Se
Me amardes, guardareis os Meus mandamentos. Aquele que tem os Meus mandamentos
e os guarda, este é o que Me ama; e aquele que Me ama será amado de Meu Pai, e
Eu o amarei e Me manifestarei a ele. Quem não Me ama não guarda as Minhas
palavras; ora, a palavra que ouvistes não é Minha, mas do Pai que Me
enviou." João 14:15, 21 e 24. "Se guardardes os Meus mandamentos,
permanecereis no Meu amor; do mesmo modo que Eu tenho guardado os mandamentos
de Meu Pai e permaneço no Seu amor." João 15:10.
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