Que contraste o segundo Adão apresentava quando
Ele entrou no sombrio deserto para sozinho enfrentar a Satanás! Desde a queda,
a raça humana havia diminuído em estatura e força física e decaído cada vez
mais na escala do valor moral, até ao período do primeiro advento de Cristo à
Terra. A fim de elevar o homem caído, Cristo deveria alcançá-lo onde ele
estava. Tomou a natureza humana e carregou as enfermidades e degenerescências
da raça humana. Aquele que não conheceu pecado tornou-Se pecado por nós.
Humilhou-Se a Si mesmo até às profundezas mais baixas da miséria humana, a fim
de que pudesse qualificar-Se para alcançar o homem e tirá-lo da degradação na
qual o pecado o mergulhara.
"Porque convinha que Aquele, para quem são
todas as coisas e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória,
consagrasse, pelas aflições, o Príncipe da salvação deles." Hebreus 2:10.
"E, sendo Ele
consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que Lhe
obedecem." Hebreus 5:9.
"Pelo que convinha
que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo
sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque,
naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são
tentados." Hebreus 2:17 e 18.
"Porque não temos
um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um
que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado." Hebreus 4:15.
Satanás tem estado em
guerra com o governo de Deus desde sua primeira rebelião. Seu êxito em tentar a
Adão e Eva no Éden, e em introduzir o pecado no mundo, tem encorajado a este
arquiinimigo; tinha-se envaidecido orgulhosamente diante dos anjos celestes de
que, quando Cristo aparecesse, tomando a natureza humana, seria mais fraco do
que ele e que iria subjugá-Lo pelo seu poder.
Exultava de que Adão e
Eva no Éden não resistiram às suas insinuações, quando apelou para o apetite.
Os habitantes do mundo antigo ele dominou da mesma maneira pela condescendência
com o apetite, lascívia e paixões corruptas. Por meio da satisfação do apetite
derrotou os israelitas. Vangloriava-se de que mesmo o Filho de Deus, que esteve
com Moisés e Josué, não foi capaz de resistir ao seu poder e guiar a Canaã o
povo favorecido por Sua escolha, pois quase todos os que deixaram o Egito
morreram no deserto; também tentou o manso Moisés, a tomar para si a glória que
pertencia a Deus. Davi e Salomão, que foram especialmente favorecidos por Deus,
induziu-os por meio da condescendência com o apetite e paixão a incorrer no
desagrado de Deus. Orgulhava-se de que ainda poderia ter êxito em frustrar o
propósito de Deus na salvação do homem através de Cristo.
Na tentação do deserto,
Cristo esteve sem alimento por quarenta dias. Moisés, em situações especiais,
também ficou por um longo período sem alimentação. Mas ele não sentiu as
angústias da fome. Não foi tentado e atormentado pelo vil e poderoso inimigo
como foi o Filho de Deus. Estava acima do humano, especialmente mantido pela
glória de Deus, a qual o envolvia.
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