( Ellen G.White) Vi os santos deixarem as cidades e vilas,
reunirem-se em grupos e viverem nos lugares mais solitários da Terra. Anjos
lhes proviam alimento e água, enquanto os ímpios sofriam fome e sede. Vi então
os principais homens da Terra consultando entre si, e Satanás e seus anjos
ocupados em redor deles. Vi um impresso, espalhado nas diferentes partes da
Terra, dando ordens para que se concedesse ao povo liberdade para, depois de
certo tempo, matar os santos, a menos que estes renunciassem a sua fé estranha,
abandonassem o sábado e guardassem o primeiro dia da semana. Mas nessa hora de
provação os santos estavam calmos e tranqüilos, confiando em Deus e descansando
em Sua promessa de que um meio de livramento lhes seria preparado.
Em alguns lugares, antes
do tempo para se executar o decreto, os ímpios caíram sobre os santos para os
matar; mas anjos, sob a forma de homens de guerra, combatiam por eles. Satanás
desejava ter o privilégio de destruir os santos do Altíssimo; Jesus, porém,
ordenou a seus anjos que vigiassem sobre eles. Deus queria ser honrado fazendo
um concerto com aqueles que haviam guardado Sua lei, à vista dos gentios em
redor deles; e Jesus queria ser honrado, trasladando, sem que vissem a morte,
os fiéis e expectantes, que durante tanto tempo O haviam esperado.
Logo vi os santos sofrendo grande angústia de
espírito. Pareciam cercados pelos ímpios habitantes da Terra. Todas as
aparências eram contra eles. Alguns começaram a recear que finalmente Deus os
houvesse deixado a perecer nas mãos dos ímpios. Se, porém, seus olhos se
pudessem abrir, ver-se-iam rodeados dos anjos de Deus. Veio em seguida a
multidão dos ímpios, cheios de ira, e, atrás, uma multidão de anjos maus,
compelindo os primeiros a matar os santos. Antes que pudessem, porém,
aproximar-se do povo de Deus, os ímpios deveriam passar primeiro por essa
multidão de anjos poderosos e santos. Isso seria impossível. Os anjos de Deus
os estavam fazendo recuar, e também fazendo com que os anjos maus que os
cercavam de todos os lados caíssem para trás.
O Clamor por Livramento
Foi uma hora de angústia
assustadora, terrível, para os santos. Dia e noite clamavam a Deus, pedindo
livramento. Quanto à aparência exterior, não havia possibilidade de escape. Os
ímpios já tinham começado a triunfar, clamando: "Por que vosso Deus não
vos livra de nossas mãos? Por que não ascendeis ao Céu, e salvais a vossa vida?
Mas os santos não lhes prestavam atenção. Como Jacó, estavam lutando com Deus.
Os anjos ansiavam libertá-los, mas deviam esperar um pouco mais; o povo de Deus
devia beber o cálice e ser batizado com o batismo. Os anjos, fiéis à sua
incumbência, continuavam a vigiar. Deus não consentiria que Seu nome fosse
vituperado entre os gentios. Quase chegara o tempo em que Ele deveria
manifestar Seu grande poder, e gloriosamente libertar Seus santos. Pela glória
de Seu nome, Ele desejava libertar cada um daqueles que O haviam esperado
pacientemente, e cujos nomes estavam escritos no livro.
Foi-me indicado o fiel
Noé. Quando a chuva desceu e veio o dilúvio, Noé e sua família já haviam
entrado na arca, e Deus os encerrara ali. Noé tinha fielmente avisado os
habitantes do mundo antediluviano, enquanto estes caçoavam e escarneciam dele.
E quando as águas caíram sobre a Terra, e um após outro se afogava, viam a
arca, da qual haviam feito objeto de tantas pilhérias, livre de perigo a
flutuar sobre as águas, preservando o fiel Noé e sua família. Assim, vi que o
povo de Deus, o qual havia fielmente avisado o mundo de Sua ira vindoura, teria
livramento. Deus não consentiria que os ímpios destruíssem aqueles que estavam
esperando pela trasladação, e que se não encurvaram ao decreto da besta nem
receberam o seu sinal. Vi, que, se fosse permitido aos ímpios matar os santos,
Satanás e todo seu exército maléfico, e todos os que odeiam a Deus, ficariam
satisfeitos. E, oh! que triunfo seria para sua majestade satânica ter poder, na
luta final sobre os que por tanto tempo haviam esperado ver Aquele a quem
amaram! Aqueles que haviam zombado da idéia de os santos ascenderem para o Céu,
serão testemunhas do cuidado de Deus para com o Seu povo, e contemplarão seu
glorioso libertamento.
Ao deixarem os santos as cidades e vilas, eram
perseguidos pelos ímpios, que os procuravam matar. Mas as espadas que se
levantavam para matar o povo de Deus, quebravam-se e caíam tão impotentes como
uma palha. Anjos de Deus protegiam os santos. Clamando eles dia e noite,
pedindo livramento, seu clamor subia perante o Senhor.
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