A parábola dos dois filhos seguiu-se a da vinha. Numa Cristo expôs
aos mestres judeus a importância da obediência. Na outra apontou as ricas
bênçãos concedidas a Israel, e nestas mostra o reclamo de Deus a sua
obediência. Apresentou-lhes a glória do propósito de Deus, que pela obediência
poderiam ter cumprido. Removendo o véu do futuro mostrou como pela omissão de
cumprir Seu propósito, toda a nação estava perdendo as bênçãos e acarretando
ruína sobre si.
"Houve um homem, pai de
família", disse Cristo, "que plantou uma vinha, e circundou-a de um
valado, e construiu nela um lagar, e edificou uma torre, e arrendou-a a uns
lavradores, e ausentou-se para longe." Matheus 21:33.
O profeta Isaías faz uma
descrição dessa vinha: "Agora, cantarei ao meu amado o cântico do meu
querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha em um outeiro
fértil. E a cercou, e a limpou das pedras, e a plantou de excelentes vides; e
edificou no meio dela uma torre e também construiu nela um lagar; e esperava
que desse uvas boas, mas deu uvas bravas." Isaías 5:1 e 2.
O lavrador escolhe um pedaço de terra no deserto; cerca, limpa,
lavra e planta-o de vides seletas, antecipando rica colheita. Espera que esse
pedaço de terra, por sua superioridade ao deserto inculto, o honre pelos
resultados de seu cuidado e serviço. Assim Deus escolheu um povo do mundo para
ser instruído e educado por Cristo. Diz o profeta: "A vinha do Senhor dos
Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas
delícias." Isaías 5:7. A este povo outorgou Deus grandes privilégios,
abençoando-o ricamente com Sua profusa bondade. Esperava que O honrassem
produzindo frutos. Deveriam revelar os princípios de Seu reino. No meio de um
mundo decaído e ímpio deveriam representar o caráter de Deus.
Como a vinha do Senhor,
deveriam produzir frutos inteiramente diferentes dos das nações pagãs. Estes
povos idólatras entregaram-se inteiramente à impiedade. Violência e crime,
avareza e opressão, e as práticas mais corruptas eram permitidas sem
restrições. Iniqüidade, degradação e miséria eram frutos da árvore corrupta. Em
notável contraste deveriam ser os frutos da vinha do Senhor.
Tinha a nação judaica o
privilégio de representar o caráter de Deus como fora revelado a Moisés. Em
resposta à súplica de Moisés: "Rogo-Te que me mostres a Tua glória",
o Senhor lhe prometeu: "Farei passar toda a Minha bondade por diante de
ti." Êxodo 33:18 e 19. "Passando, pois, o Senhor perante a sua face,
clamou: Jeová, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande
em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a
iniqüidade, e a transgressão, e o pecado." Êxodo 34:6 e 7. Este era o
fruto que Deus desejava receber de Seu povo. Na pureza do caráter, na santidade
da vida, na misericórdia, e amor, e compaixão, deveriam mostrar que "a lei
do Senhor é perfeita e refrigera a alma". Salmos 19:7.
Pela nação judaica era o propósito de Deus comunicar ricas bênçãos
a todos os povos. Por Israel devia ser preparado o caminho para a difusão de
Sua luz a todo o mundo. Por seguirem práticas corruptas perderam as nações da
Terra o conhecimento de Deus. Contudo, em Sua misericórdia não as destruiu.
Planejava dar-lhes a oportunidade de conhecê-Lo por intermédio de Sua igreja.
Tinha em vista que os princípios revelados por Seu povo seriam o meio de
restaurar no homem a imagem moral de Deus.
Para o cumprimento deste
propósito, foi que Deus chamou Abraão dentre seus parentes idólatras, e lhe
mandou habitar na terra de Canaã. "E far-te-ei uma grande nação",
disse, "e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma
bênção." Gênesis 12:2.Os descendentes de Abraão, Jacó e sua posteridade,
foram levados ao Egito para que no meio daquela grande e ímpia nação revelassem
os princípios do reino de Deus. A integridade de José e sua maravilhosa obra em
preservar a vida de todo o povo egípcio, era uma representação da vida de
Cristo. Moisés e muitos outros eram testemunhas de Deus.
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