Ao levar Satanás o homem a pecar, tinha
esperanças de que a repugnância de Deus ao pecado O separaria para sempre do
homem e quebraria o elo de ligação entre o Céu e a Terra. O abrir dos Céus em
conexão com a voz de Deus dirigida a Seu Filho foi como um toque mortal para
Satanás. Temeu que Deus estava agora mais disposto a unir o homem a Si mesmo e
conferir-lhe poder para vencer suas artimanhas. E com este propósito Cristo
veio das cortes reais para a Terra. Satanás estava bem ciente da posição
honrosa que Cristo ocupava rio Céu como Filho de Deus, o amado do Pai. Ao
deixar o Céu e vir a este mundo como homem, isto o encheu de apreensão por sua segurança.
Ele não podia compreender o mistério deste grande sacrifício em benefício do
homem caído. Sabia que a avaliação do Céu excedia em muito o antegozo e
apreciação do homem caído. O mais valioso tesouro do mundo, ele sabia, não se
compara com o seu valor. Sendo que havia perdido, por causa de sua rebelião,
todas as riquezas e puras glórias do Céu, estava determinado a ser vingativo,
levando a humanidade, tanto quanto possível, a desvalorizar o Céu e a colocar
as afeições nos tesouros terrestres.
Era incompreensível,
para o caráter egoísta de Satanás, que pudesse existir tão grande benevolência
e amor para com um ser enganado, que induzisse o Príncipe do Céu a deixar Seu
lar e vir ao mundo mareado pelo pecado e pela maldição. Conhecia o inestimável
valor das riquezas eternas que o homem desconhecia. Tinha experiência da pura
satisfação, da paz, da exaltada santidade e ilimitado regozijo do lar
celestial. Compreendia, antes de sua rebelião, a satisfação da completa
aprovação de Deus. Já tivera uma completa apreciação da glória que envolvia o
Pai e sabia que não havia limite ao Seu poder.
Satanás sabia o que tinha perdido. Agora temia
que seu império sobre o mundo fosse contestado e quebrado seu poder. Sabia,
pela profecia, que o Salvador fora predito e que Seu reino não seria
estabelecido com triunfo terrestre e com honra e exibição mundanas. Sabia que
as profecias antigas prediziam um reino que seria estabelecido pelo Príncipe do
Céu sobre a Terra, a qual reclamava como seu domínio. Esse reino abarcaria
todos os reinos do mundo e então seu poder e sua glória cessariam e ele
receberia sua retribuição pelos pecados que havia introduzido no mundo e a
miséria que havia trazido sobre o homem. Sabia que tudo o que concernia a sua
prosperidade estava dependendo do seu êxito ou fracasso em dominar a Cristo com
suas tentações no deserto. Trouxe sobre Cristo todo artifício e força de suas
tentações poderosas, para desviá-Lo de Sua obediência.
É impossível ao homem conhecer a força das
tentações de Satanás sobre o Filho de Deus. Cada tentação que parece tão
aflitiva ao homem na sua vida cotidiana, tão difícil de ser resistida e
dominada, foi trazida sobre o Filho de Deus em tão alto grau quanto a Sua
excelência de caráter era superior à do homem caído.
Cristo foi tentado em todos os
pontos como nós somos. Como representante do homem Ele Se aproximou de Deus nas
provas e tentações. Enfrentou a força intensa de Satanás. Cristo experimentou
as mais vis tentações e as venceu em favor do homem. É impossível que o ser
humano seja tentado acima do que pode suportar enquanto se apóia em Jesus, o
infinito Conquistador.
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