sábado, 22 de novembro de 2014

38 (História da Redenção) O Ministério de Pedro - Parte 4


                                                                        A Visão de Pedro 

    Imediatamente após esta entrevista com Cornélio veio o anjo a Pedro, que, enfraquecido e faminto devido à viagem, estava orando no terraço da casa. Enquanto orava foi-lhe mostrada uma visão: "E viu o céu aberto, e que descia um vaso como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, e vindo para a terra. No qual havia de todos os animais quadrúpedes e répteis da terra, e aves do céu. E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro, mata e come. Mas Pedro disse: De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda. E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que Deus purificou. E aconteceu isto por três vezes; e o vaso tornou a recolher-se no céu." Atos 10:11-16. 

    Aqui podemos perceber a operação do plano de Deus para pôr a máquina em movimento, pela qual Sua vontade pode     ser feita na Terra como é feita no Céu. Pedro não tinha ainda pregado o evangelho aos gentios. Muitos deles tinham sido interessados ouvintes das verdades que ele ensinava; porém, o muro de separação, que a morte de Cristo havia posto abaixo, ainda existia na mente dos apóstolos, e excluíam os gentios dos privilégios do evangelho. Os judeus gregos tinham recebido a obra dos apóstolos e muitos deles corresponderam àqueles esforços aceitando a fé em Jesus; mas a conversão de Cornélio ia ser a primeira de importância entre os gentios. 

    Pela visão do lençol e seu conteúdo, baixado do céu, Pedro devia ser despido de seu apegado preconceito contra os gentios; e entender que, mediante Cristo, todas as nações seriam participantes das bênçãos e privilégios dos judeus, e seriam assim igualmente beneficiadas como eles. Alguns têm afirmado que esta visão significa que Deus removeu Sua proibição do uso de carne de animais que foram primeiramente chamados imundos; e que, por causa disso, a carne de porco servia para alimento. Esta é uma interpretação estreita e totalmente errônea, e plenamente refutada no sentido escriturístico da visão e suas conseqüências. 

    A visão de toda sorte de animais vivos, contidos no lençol, e aos quais foi ordenado a Pedro matar e comer, sendo-lhe assegurado que o que Deus purificou não devia por ele ser chamado comum ou imundo, era simplesmente uma ilustração que apresentava a sua mente a posição real dos gentios - que pela morte de Cristo eles foram feitos co-herdeiros com o Israel de Deus. Isso serviu a Pedro tanto como reprovação como de instrução. Seu trabalho tinha até então se confinado inteiramente aos judeus; tinha ele olhado para os gentios como uma raça imunda, e excluída das promessas de     Deus. Sua mente estava agora sendo levada a compreender o alcance mundial do plano de Deus. 

    Enquanto ponderava sobre a visão, esta lhe foi explicada. "Estando Pedro duvidando entre si acerca do que seria aquela visão que tinha visto, eis que os varões que foram enviados por Cornélio pararam à porta, perguntando pela casa de Simão. E, chamando, perguntaram se Simão, que tinha por sobrenome Pedro, morava ali. E pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três varões te buscam. Levanta-te pois, e desce, e vai com eles, não duvidando; porque Eu os enviei." Atos 10:17-20. 

    Para Pedro, essa era uma ordem difícil; mas ele não ousava agir de acordo com seus próprios sentimentos, e por isso desceu de seu aposento e recebeu os mensageiros enviados a ele por Cornélio. Estes comunicaram sua singular incumbência ao apóstolo e, de acordo com a instrução que recebera de Deus, concordou em acompanhá-los na manhã seguinte. Hospedou-os cortesmente naquela noite e de manhã partiu com eles para Cesaréia, acompanhado por seis de seus irmãos, que deviam ser testemunhas de tudo quanto iria dizer ou fazer enquanto estivesse visitando os gentios; pois sabia que seria chamado a dar contas de uma violação tão direta da fé e dos ensinos judaicos. 

    Passaram-se quase dois dias antes que a jornada tivesse terminado e Cornélio tivesse o feliz privilégio de abrir suas portas a um ministro do evangelho que, de acordo com o que Deus afirmara, devia ensinar-lhe e a sua casa como podiam salvar-se. Enquanto os mensageiros desempenhavam sua incumbência, o centurião já havia reunido tantos quantos fora possível de seus parentes, a fim de que eles, como ele próprio, fossem instruídos na verdade. Quando    Pedro chegou, um grande número estava reunido, esperando ansiosamente para ouvir suas palavras. 

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