"Havia em Cesaréia um
varão por nome Cornélio, centurião da coorte, chamada italiana. Piedoso e
temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de
contínuo orava a Deus." Atos 10:1 e 2. Embora Cornélio fosse romano, ele
se tornara familiarizado com o verdadeiro Deus e renunciara à idolatria. Era
obediente à vontade de Deus e O adorava com sincero coração. Não se havia
associado com os judeus, porém reconhecia e obedecia à lei moral. Não havia
sido circuncidado, nem tomado parte no sistema sacrifical; era portanto, tido
pelos judeus como imundo. Ele, contudo, sustentava a causa judaica por liberais
doações, sendo conhecido longe e perto por seus atos de caridade e
beneficência. Sua vida justa lhe concedera boa reputação tanto entre judeus,
como gentios.
Cornélio não tinha uma fé
inteligente em Cristo, embora cresse nas profecias e estivesse aguardando o
Messias por vir. Mediante seu amor e obediência a Deus, foi trazido para perto
dEle, e preparado para receber o Salvador quando Ele lhe fosse revelado. A
condenação vem pela rejeição da luz concedida. O centurião era um homem de
nobre estirpe e ocupava uma posição de elevada confiança e honra; mas estas
circunstâncias não lograram subverter os nobres atributos de seu caráter. A verdadeira bondade e a grandeza
unidas fizeram dele um homem de dignidade moral. Sua influência era benéfica
para todos com os quais entrava em contato.
Cria no único Deus, Criador dos Céus e da
Terra. Reverenciava-O, reconhecia Sua autoridade e procurava Seu conselho em
todos os negócios da vida. Era fiel em seus deveres domésticos, bem como em
suas responsabilidades oficiais, e construíra um altar a Deus em seu lar. Não
ousava efetuar seus planos e suportar o fardo de suas pesadas
responsabilidades, sem a ajuda de Deus; por isso, orava bastante e
fervorosamente por esta ajuda. A fé assinalava todas as suas obras, e Deus o
considerava pela pureza de suas ações e liberalidade, e dele Se aproximou em
palavra e Espírito.
O Anjo Visita Cornélio
Enquanto Cornélio estava orando, Deus lhe
enviou um mensageiro celestial, que se lhe dirigiu pelo nome. O centurião ficou
temeroso, contudo sabia que o anjo fora enviado por Deus para instruí-lo, e
disse: "Que é, Senhor? E disse-lhe: As tuas orações e as tuas esmolas têm
subido para memória diante de Deus. Agora, pois, envia homens a Jope, e manda
chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro. Este está com um certo Simão curtidor,
que tem a sua casa junto do mar." Atos 10:4-6.
Aqui, outra vez, Deus mostra
Sua consideração pelo ministério do evangelho e por Sua igreja organizada. Seu
anjo não seria aquele que contaria a Cornélio a história da cruz. Um homem,
sujeito às fraquezas humanas e tentações como ele próprio, devia instruí-lo
quanto ao crucificado, ressurreto e assunto Salvador. O mensageiro celestial
foi enviado com o expresso propósito de colocar Cornélio
em associação com o ministro de Deus, que lhe ensinaria como ele e sua casa
podiam ser salvos.
Cornélio alegremente obedeceu à mensagem,
e despachou mensageiros imediatamente à procura de Pedro, de acordo com as
instruções do anjo. As minúcias destas informações, nas quais se mencionava até
a ocupação do homem de quem Pedro partilhava o lar, mostram que o Céu está bem
informado da história e dos negócios dos homens em quaisquer condições de vida.
Deus está familiarizado com a ocupação diária do humilde operário, bem como da
do rei sobre o trono. A avareza, a crueldade, os crimes secretos e o egoísmo
dos homens são dEle conhecidos, bem como os seus bons atos, a caridade, a
liberalidade e a bondade. Nada é oculto de Deus.
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