A Tomada de Jericó
"Então chamou Josué,
filho de Num, aos sacerdotes, e disse-lhes: Levai a arca do concerto; e sete
sacerdotes levem sete buzinas de carneiros, diante da arca do Senhor. E disse
ao povo: Passai e rodeai a cidade; e quem estiver armado, passe diante da arca
do Senhor. E assim foi, como Josué dissera ao povo, que os sete sacerdotes,
levando as sete buzinas de carneiros diante do Senhor, passaram, e tocaram as
buzinas; e a arca do concerto do Senhor os seguia." Josué 6:6-8.
"E os armados iam
adiante dos sacerdotes, que tocavam as buzinas: e a retaguarda seguia após a
arca, andando e tocando as buzinas. Porém ao povo Josué tinha dado ordem,
dizendo: Não gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma
da vossa boca, até ao dia que eu vos diga: Gritai. Então gritareis. E fez a
arca do Senhor rodear a cidade, rodeando-a uma vez: e vieram ao arraial, e passaram
a noite no arraial." Josué 6:9-11.
O exército hebreu marchou em
perfeita ordem. Primeiro, ia um selecionado pelotão de homens armados, vestidos
com roupas guerreiras, agora não para exercer sua habilidade em armas, mas
somente crer e obedecer as instruções que lhes foram dadas. Em seguida iam sete
sacerdotes com as trombetas. Então vinha a arca de Deus, resplandecendo de
ouro, com um halo de glória pairando sobre ela, levada pelos sacerdotes nas
ricas e peculiares roupagens que denotavam seu ofício sagrado. O vasto exército
de Israel seguia em perfeita ordem, cada tribo debaixo de seu respectivo
estandarte. Assim rodearam a cidade com a arca de Deus. Nenhum som era ouvido
além das pisadas do poderoso exército, e a solene voz das trombetas ecoava
pelas montanhas, e ressoava através da cidade de Jericó.
Admirados e alarmados, os vigias da cidade
condenada observam cada movimento, e relatam-no às autoridades. Não sabem dizer
tudo o que esta exibição significa. Alguns ridicularizam a idéia de que a
cidade fosse tomada dessa maneira, enquanto outros ficam temerosos, ao
contemplar o esplendor da arca e a solene e impressionante aparência dos
sacerdotes e do exército de Israel em seguimento, com Josué à frente.
Lembram-se de que o Mar Vermelho, quarenta anos antes, abrira-se diante deles,
e que lhes fora preparada uma passagem através do rio Jordão. Estão demasiado
aterrorizados para gracejar. São cuidadosos em manter os portões da cidade
completamente fechados, e poderosos guerreiros guardam cada portão.
Por seis dias o exército de Israel
realizou o seu circuito ao redor da cidade. No sétimo dia rodearam Jericó sete
vezes. Ao povo fora ordenado, como usualmente, ficar em silêncio. Apenas o som
das trombetas devia ser ouvido. O povo devia estar atento, e quando os
trombeteiros dessem um toque mais demorado que o usual, então todos deviam
gritar com alta voz, pois o Senhor lhes tinha dado a cidade. "Ao sétimo
dia madrugaram ao subir da alva, e da mesma maneira rodearam a cidade sete
vezes: naquele dia somente rodearam a cidade sete vezes. E sucedeu que, tocando
os sacerdotes a sétima vez as buzinas, disse Josué ao povo: Gritai; porque o
Senhor vos tem dado a cidade." Josué 6:15 e 16. "Gritou pois o povo,
tocando os sacerdotes as buzinas: e sucedeu que, ouvindo o povo o sonido da
buzina, gritou o povo com grande grita; e o muro caiu abaixo, e o
povo subiu à cidade, cada qual em frente de si e tomaram a cidade." Josué
6:20.
Deus desejava mostrar aos israelitas que a
conquista de Canaã não devia ser atribuída a eles. O Príncipe do exército do
Senhor venceu Jericó. Ele e Seus anjos estavam empenhados na conquista. Cristo
ordenou ao exército celestial que deitasse abaixo os muros de Jericó e
preparasse uma entrada para Josué e o exército de Israel. Deus, neste
maravilhoso milagre, não apenas fortaleceu a fé do povo no Seu poder de subjugar
os inimigos, mas repreendeu-lhes a anterior incredulidade.
Jericó desafiara o exército de Israel e o
Deus do Céu. Quando contemplaram o exército de Israel marchando ao redor da
cidade uma vez por dia, ficaram alarmados; porém olharam para suas fortes
defesas, seus firmes e altos muros, e se sentiram seguros de que resistiriam a
qualquer ataque. Entretanto, quando seus firmes muros subitamente tremeram, e
caíram com estrépito ensurdecedor, à semelhança do estampido de ruidoso trovão,
ficaram paralisados de terror e não puderam oferecer resistência alguma.
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