As Pragas
O milagre da vara
transformada numa serpente e do rio tornado em sangue não moveu o empedernido
coração de Faraó, somente aumentou seu ódio dos israelitas. O trabalho dos
mágicos levou-o a crer que esses milagres foram operados pela feitiçaria, mas
teve abundante evidência de que este não era o caso quando foi removida a praga
das rãs. Deus podia ter feito que elas desaparecessem e voltassem ao pó num
momento, mas assim não fez, para que depois de serem removidas, o rei e os
egípcios não dissessem que isto era resultado de magia, semelhante ao trabalho
dos mágicos. Elas morreram, e foram então ajuntadas em montões, que podiam ser
vistos diante deles, e empestavam a atmosfera. Nisto o rei e todo o Egito
tiveram uma prova que sua vã filosofia não podia refutar, de que esta obra não
era magia, mas um juízo do Deus do Céu.
Os mágicos não puderam
produzir piolhos. O Senhor não podia tolerar sequer que parecesse aos olhos
deles, ou dos egípcios, que eles poderiam reproduzir a praga dos piolhos. Ele
desejava remover de Faraó toda desculpa para incredulidade. Forçou os próprios
magos a dizer: "Isto é o dedo de Deus." Êxo. 8:19.
Depois veio a praga dos
enxames de moscas. Estas não eram como as inofensivas moscas que nos importunam
em algumas épocas do ano, mas as moscas que vieram sobre o Egito eram grandes e
venenosas. Sua picada era extremamente dolorosa para os homens e animais. Deus
separou Seu povo dos egípcios e não permitiu uma mosca sequer em todos os seus
limites.
O Senhor enviou então
a praga da peste no gado, e ao mesmo tempo preservou o gado dos hebreus, para
que não morresse um sequer. Em seguida veio a praga das úlceras sobre homens e
animais, e nem os magos puderam proteger-se dela. Então o Senhor enviou sobre o
Egito a praga da saraiva misturada com fogo, com relâmpagos e trovões. A época
de cada praga foi dada por antecipação, para que ninguém pudesse dizer ter
acontecido por acaso. O Senhor demonstrou aos egípcios que a Terra inteira
estava sob o comando do Deus dos hebreus - que o trovão, a saraiva e a
tempestade obedeciam a Sua voz. Faraó, o orgulhoso rei que uma vez perguntara:
"Quem é o Senhor, cuja voz eu ouvirei?" (Êxodo 5:2) humilhou-se e
disse: "Esta vez pequei; o Senhor é justo, mas eu e o meu povo
ímpios." Êxodo 9:27. Suplicou a Moisés que fosse seu intercessor com Deus,
para que os terríveis trovões e relâmpagos cessassem.
Depois o Senhor
mandou a terrível praga dos gafanhotos. O rei preferiu receber os flagelos a
submeter-se a Deus. Sem remorso via seu reino inteiro sob o milagre desses
tremendos juízos. O Senhor então enviou trevas sobre o Egito. Não somente
estava o povo despojado de luz, mas a atmosfera era muito opressiva, de maneira
que a respiração era difícil; entretanto os hebreus tinham uma atmosfera pura e
luz em suas habitações.
Mais uma praga terrível Deus trouxe
sobre o Egito, mais severa do que qualquer das anteriores. Foi o rei e os
sacerdotes idólatras que se opuseram até ao fim ao pedido de Moisés. O povo
desejava que fosse permitido aos hebreus deixar o Egito. Moisés relatou a Faraó
e ao povo do Egito, e também aos israelitas, a natureza e efeito da última
praga. Nessa noite, tão terrível para os egípcios e tão
gloriosa para o povo de Deus, foi instituída a solene ordenança da
páscoa.
Foi muito difícil, para o rei egípcio e
seu povo arrogante e idólatra, render-se às reivindicações do Deus do Céu. O
rei do Egito estava muito relutante para ceder. Enquanto sob terrível aflição,
ele cedia um pouco; mas quando a aflição era removida, recusava tudo o que
tinha concedido. Dessa maneira, praga após praga era trazida sobre o Egito, e
ele cedia não mais do que era compelido pelas terríveis visitações da ira de
Deus. O rei persistiu em sua rebelião, mesmo depois que o Egito tinha sido
arruinado.
Moisés e Arão referiam a Faraó a natureza
e efeito de cada praga, que se seguiria a sua recusa em deixar ir Israel. Cada
vez ele viu essas pragas virem exatamente como lhe foi dito que viriam; mesmo
assim ele não se rendia. Primeiro, apenas lhes deu permissão para sacrificar a
Deus na terra do Egito; então, depois de o Egito ter sido afligido pela ira de
Deus, concedeu que apenas os homens fosse. Depois de o Egito ter sido quase
destruído pela praga dos gafanhotos, ele concedeu que os filhos e esposas
também fossem, mas que não levassem o gado. Moisés então comunicou ao rei que o
anjo de Deus mataria os seus primogênitos.
Cada praga tinha vindo um pouco mais perto
do rei e mais severa, e esta seria mais terrível do que qualquer outra. Mas, o
orgulhoso rei estava extremamente furioso, e não se humilhou. Quando os
egípcios viram os grandes preparativos feitos entre os israelitas para a
terrível noite, ridicularizaram o sinal de sangue sobre a verga das portas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário