Alguns dos descendentes de Noé logo começaram a apostatar.
Uma parte seguiu o exemplo de Noé e obedeceu aos mandamentos de Deus; outros
foram descrentes e rebeldes e nem mesmo tinham a mesma idéia quanto ao dilúvio.
Alguns descriam da existência de Deus e, em sua própria mente, atribuíam o
dilúvio a causas naturais. Outros criam que Deus existia e que fora Ele quem
destruíra a raça antediluviana pelo dilúvio, e seus sentimentos, como os de
Caim, ergueram-se em rebelião contra Deus porque destruiu da Terra o povo e a
amaldiçoou pela terceira vez, por um dilúvio.
Aqueles que era inimigos de
Deus sentiam-se diariamente reprovados pela justa conduta e piedosa vida
daqueles que amavam, obedeciam e exaltavam a Deus. Os descrentes consultaram
entre si e decidiram separar-se dos fiéis, cuja vida justa era uma contínua
restrição à sua ímpia conduta. Viajaram a certa distância para se afastarem
deles, e escolheram uma vasta planície para habitar. Então, construíram uma
cidade e conceberam a idéia da edificação de uma grande torre que alcançasse as
nuvens, para que pudessem habitar juntos na cidade e na torre, e não mais
fossem dispersados.
Arrazoaram que estariam
seguros no caso de outro dilúvio, pois construiriam sua torre com muito maior
altura do que as águas prevaleceram no tempo do dilúvio, e que todo o
mundo os honraria e eles seriam quais deuses e governariam o povo. Esta torre
fora planejada para exaltar seus construtores, e pretendia voltar a atenção dos
outros que vivessem na Terra, de Deus, para unirem-se com eles em sua
idolatria. Antes do trabalho de construção estar cumprido, as pessoas moravam
na torre. Salas foram esplendidamente mobiliadas, decoradas e devotadas aos
seus ídolos. Aqueles que não criam em Deus imaginavam que, se sua torre
chegasse às nuvens, eles seriam capazes de descobrir as causas do
dilúvio.
Exaltaram-se contra Deus.
Ele, porém, não lhes permitiria completar seu trabalho. Tinham construído a
torre até grande altura quando o Senhor mandou dois anjos para confundi-los em
seu trabalho. Homens tinham sido apontados para receber as ordens dos que
trabalhavam no topo da torre, que pediam material para o seu trabalho, sendo
que o primeiro comunicava ao segundo, e este ao terceiro, até que a ordem
chegava aos que estavam na base. Ao ser a ordem passada de um para outro, os
anjos confundiram sua linguagem, e quando a ordem chegava aos que trabalhavam
na base, provia-se material que não fora pedido. Depois de um laborioso processo
de fazer chegar o material aos operários no cimo da torre, não era o que eles
desejavam. Desapontados e enraivecidos, eles reprovavam aqueles que julgavam
estar em falta.
Depois disso, não houve mais harmonia em
seu trabalho. Irados uns com os outros, e sem saber a que atribuir os
mal-entendidos e estranhas palavras entre eles, abandonaram o trabalho,
separaram-se uns dos outros e se espalharam sobre a Terra. Até aquele tempo, os
homens tinham falado uma única língua.
Raios do céu, como um sinal da ira de Deus, quebraram a parte superior da
torre, lançando-a por terra. Deus queria mostrar assim ao homem rebelde que Ele
era supremo.
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