Mas, ao oitavo dia o céu
escureceu. O ribombo do trovão e o vívido resplendor dos relâmpagos começaram a
terrificar os homens e animais. A chuva caía das nuvens sobre eles. Isto era
algo que nunca tinham visto, e seu coração desmaiava de temor. Os animais
vagueavam de um lado para outro no mais desenfreado terror, e seus gritos
discordantes pareciam lamentar seu próprio destino e a sorte dos homens. A
violência da tempestade aumentou até que a água parecia cair do céu como poderosas
cataratas. As margens dos rios se rompiam, e as águas inundavam os vales. Os
fundamentos do grande abismo também se partiram. Jatos de água irrompiam da
terra com força indescritível, arremessando pedras
maciças a muitos metros para o ar, que ao caírem, sepultavam-se profundamente
no solo.
O povo viu a princípio a
destruição das obras de suas mãos. Seus esplêndidos edifícios, e os belos
jardins e bosques em que haviam colocado seus ídolos, eram destruídos pelos
raios do céu, e as ruínas se espalhavam por toda parte. Tinham construído
altares nos bosques, consagrados aos seus ídolos, sobre os quais ofereciam
sacrifícios humanos. Estas coisas que Deus detestava foram subvertidas em Sua
ira perante eles, e eles tremiam ante o poder do Deus vivo, o Criador dos céus
e da Terra; e foi-lhes feito saber que foram suas abominações e horríveis
sacrifícios idólatras que haviam atraído a sua destruição.
A violência da tempestade aumentou e,
misturados com a fúria dos elementos, ouviam-se os lamentos das pessoas que
desprezaram a autoridade de Deus. Árvores, edifícios, rochas e terra eram
lançados em toda direção. O terror do homem e dos animais era indescritível. O
próprio Satanás, obrigado a permanecer no meio dos elementos em fúria, temeu
pela sua existência. Ele se havia deleitado em dirigir uma raça tão poderosa, e
desejara que vivessem para praticar suas abominações e aumentar sua rebelião contra
o Deus do Céu. Proferia imprecações contra Deus, acusando-O de injustiça e
crueldade. Muitos dentre o povo, como Satanás, blasfemavam de Deus e, se
pudessem levar a cabo sua rebelião, tirá-Lo-iam de Seu trono de justiça.
Enquanto muitos blasfemavam e amaldiçoavam
seu Criador, outros, com frenético temor, estendendo as mãos para a arca,
rogavam sua admissão ali. Mas isso era impossível. Deus havia fechado a porta,
a única entrada, e fechou Noé dentro e os ímpios fora. Somente Ele podia abrir
a porta. O temor e arrependimento deles veio tarde demais. Foram compelidos a
saber que havia um Deus vivo que era mais poderoso que o homem, a quem tinham
desafiado e contra quem blasfemaram. Clamavam a Ele veemente, mas Seus ouvidos
não estavam abertos a seu clamor. Alguns em seu desespero procuraram forçar a
entrada na arca, porém a firme estrutura resistiu a seus esforços. Alguns
agarraram-se à arca até que foram arrebatados pelas águas revoltas, ou foi seu
apego interrompido pela colisão com rochas e árvores, lançadas em todas as
direções.
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