quarta-feira, 2 de abril de 2014

7 - Sete e Enoque - Parte 1



Sete tinha um caráter digno, e devia tomar o lugar de Abel em reto proceder. Contudo era filho de Adão, como o pecaminoso Caim, e não herdou da natureza de Adão mais bondade natural do que Caim herdara. Nasceu em pecado, mas pela graça de Deus e recebendo os fiéis ensinamentos de seu pai Adão, honrou a Deus, fazendo Sua vontade. Separou-se dos corruptos descendentes de Caim e lutou, como teria feito Abel caso vivesse, para volver a mente dos homens pecadores à reverência e obediência a Deus. 

    Enoque era um santo homem. Servia a Deus com singeleza de coração. Compreendeu a corrupção da família humana e separou-se dos descendentes de Caim, reprovando-os por sua grande maldade. Existiam na Terra aqueles que reconheciam a Deus, e O temiam e adoravam. Mas o justo Enoque era tão afligido pelo crescente mal da impiedade, que não se associava com eles diariamente, temendo ser afetado por sua infidelidade e que seus pensamentos não considerassem a Deus com a santa reverência que era devida ao Seu exaltado caráter. Seu coração se agitava ao testemunhar diariamente como pisavam a autoridade de Deus. Decidiu separar-se deles e gastar muito de seu tempo em solidão, a qual devotava à reflexão e oração. Ele esperava diante do Senhor e orava para conhecer Sua vontade mais perfeitamente, para poder realizá-la. Deus Se comunicava com Enoque mediante Seus anjos, dando-lhe instrução divina. Fez-lhe saber que não suportaria para sempre a rebelião do homem - que Seu propósito era destruir a raça pecadora trazendo um dilúvio de água sobre a Terra. 

    O puro e amável Jardim do Éden, de onde nossos primeiros pais foram expulsos, permaneceu até que Deus Se propôs destruir a Terra pelo dilúvio. Deus plantara o jardim e o abençoara especialmente, e em Sua maravilhosa providência removeu-o da Terra, e o fará voltar outra vez à Terra, mais gloriosamente adornado do que antes de ser removido. Deus Se propôs preservar um espécime de Sua perfeita obra criadora livre da maldição com que amaldiçoara a Terra. 

    O Senhor abriu mais amplamente para Enoque o plano da salvação e, pelo Espírito de Profecia, transportou-o através das gerações que viveriam depois do dilúvio, mostrando-lhe os grandes eventos relacionados com o segundo advento de Cristo e o fim do mundo. Judas 14. 

    Enoque estivera perturbado com respeito aos mortos. Parecia-lhe que os justos e os ímpios iriam para o pó juntamente, e que este seria o seu fim. Não podia ver claramente a vida do justo além da sepultura. Em visão profética foi instruído com relação ao Filho de Deus que devia morrer como sacrifício pelo homem, e foi-lhe mostrada a vinda de Cristo nas nuvens do céu, acompanhado pelo exército angelical, a fim de dar vida aos justos mortos e resgatá-los de sua sepultura. Viu também o estado corrupto do mundo, no tempo em que Cristo apareceria pela segunda vez - que haveria  uma geração jactanciosa, presumida, voluntariosa, arregimentada em rebelião contra a lei de Deus, e negando o único Senhor Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, pisando o Seu sangue e desprezando Sua expiação. Viu os justos coroados de glória e honra, e os ímpios banidos da presença do Senhor, e destruídos pelo fogo. 

    Enoque fielmente transmitiu ao povo tudo o que Deus lhe havia revelado pelo Espírito de Profecia. Alguns creram nas suas palavras e volveram de sua maldade para temer e adorar a Deus. 

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