Satanás Procura Reintegração
Satanás treme ao contemplar
sua obra. Ele está sozinho, meditando sobre o passado, o presente e o futuro de
seus planos. Sua poderosa estrutura vacila como numa tempestade. Um anjo do Céu
está passando. Ele o chama e suplica uma entrevista com Cristo. Isto lhe é
concedido. Então, relata ao Filho de Deus que está arrependido de sua rebelião
e deseja voltar ao favor divino. Está disposto a tomar o lugar que previamente
Deus lhe designara e sujeitar-se a Seu sábio comando. Cristo chorou ante o
infortúnio de Satanás mas disse-lhe, como pensamento de Deus, que ele jamais
poderia ser recebido no Céu. O Céu não devia ser colocado em perigo. Se fosse
recebido de volta, todo o Céu seria manchado pelo pecado e rebelião originados
com ele. As sementes da rebelião ainda estavam nele. Não tivera, em sua
rebelião, nenhum motivo para seu procedimento, e arruinara irremediavelmente
não só a si mesmo mas a multidão de anjos, que teria sido feliz no Céu, tivesse
ele permanecido firme. A lei de Deus podia condenar mas não podia
perdoar.
Ele não se arrependeu de sua
rebelião porque visse a bondade de Deus, da qual havia abusado. Não era
possível que seu amor por Deus tivesse aumentado tanto desde a queda, que o
levasse a uma alegre submissão e feliz obediência à Sua lei, por ele
desprezada. A desgraça que experimentara em perder a doce luz do
Céu, o senso de culpa que o oprimia, o desapontamento que sentiu em não ver
realizadas suas esperanças, foram a causa de sua dor. Ser comandante fora do
Céu era vastamente diferente de ser assim honrado no Céu. A perda que sofreu de
todos os privilégios celestiais parecia demais para suportar. Desejava
recuperá-los.
Esta grande mudança de
posição não tinha aumentado seu amor por Deus, nem por Sua sábia e justa lei.
Quando Satanás se tornou plenamente convencido de que não havia possibilidade
de ser reintegrado no favor de Deus, manifestou sua maldade com aumentado ódio
e feroz veemência.
Deus sabia que tão determinada rebelião
não permaneceria inativa. Satanás inventaria meios para importunar os anjos
celestiais e mostrar desdém por Sua autoridade. Como não podia ser admitido no
interior dos portais celestes, aguardaria mesmo à entrada, para escarnecer dos
anjos e procurar contender com eles ao passarem. Procuraria destruir a
felicidade de Adão e Eva. Esforçar-se-ia por incitá-los à rebelião, sabendo que
isto causaria tristeza no Céu.
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