quinta-feira, 8 de setembro de 2016

21 (Parábolas de Jesus) Como é Decidido Nosso Destino - Segunda Parte



                                    Aplicação à Nação Judaica
Quando Cristo deu a parábola do rico e Lázaro, havia muitos na nação judaica na condição lastimosa do rico, usando os bens do Senhor para a própria satisfação egoísta, preparando-se para ouvir a sentença: "Pesado foste na balança e foste achado em falta." Daniel 5:27. O rico foi favorecido com todas as bênçãos temporais e espirituais, mas recusou cooperar com Deus no uso destas bênçãos. Isto se dava com a nação judaica. O Senhor fizera dos judeus depositários da verdade sagrada. Nomeou-os mordomos de Sua graça. Deu-lhes todas as vantagens temporais e espirituais, encarregou-os de partilhar estas bênçãos. Uma instrução especial fora-lhes dada a respeito do tratamento de irmãos empobrecidos, dos estrangeiros dentro de suas portas e dos pobres entre estes. Não deveriam procurar ganhar tudo para o proveito próprio, antes deveriam lembrar-se dos necessitados e repartir com eles. E Deus prometeu abençoá-los de acordo com as suas obras de amor e misericórdia. Como o rico, porém, não estendiam a mão auxiliadora para aliviar as necessidades temporais e espirituais da humanidade sofredora. Cheios de orgulho, consideravam-se o povo escolhido e favorecido de Deus; contudo não serviam nem adoravam a Deus. Depositavam confiança na circunstância de serem filhos de Abraão. "Somos descendência de Abraão", diziam, com altivez. João 8:33. Ao chegar a crise foi revelado que se tinham divorciado de Deus, e confiado em Abraão como se fosse Deus.
Cristo ansiava iluminar os espíritos entenebrecidos do povo judeu. Dizia-lhes: "Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. Mas, agora, procurais matar-Me a Mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isso." João 8:39 e 40.
Cristo não reconhecia virtude na estirpe. Ensinava que a ligação espiritual supera a natural. Os judeus diziam ser descendentes de Abraão; porém, deixando de fazer as obras de Abraão, provavam não ser seus verdadeiros filhos. Somente os que provam estar em harmonia espiritual com Abraão, obedecendo à voz de Deus, são tidos como da legítima descendência. Embora o mendigo pertencesse à classe pelos homens considerada inferior, Cristo o reconhecia como alguém a quem Abraão tomaria na mais íntima amizade.
Embora o rico estivesse rodeado de todos os luxos da vida, era tão ignorante que colocava a Abraão onde devia estar Deus. Se tivesse apreciado seus elevados privilégios e permitisse que o Espírito de Deus lhe moldasse o espírito e coração, teria procedido de maneira muito diferente. O mesmo se dava com a nação que representava. Se tivessem atendido ao convite divino, seu futuro seria totalmente diverso. Teriam mostrado verdadeiro discernimento espiritual. Possuíam meios que Deus poderia multiplicar, tornando-os suficientes para abençoar e iluminar todo o mundo. Tinham-se, porém, afastado tanto das prescrições do Senhor, que toda a sua vida estava pervertida. Deixaram de usar as dádivas como mordomos de Deus de acordo com a verdade e justiça. A eternidade não era tomada em consideração, e o resultado de sua infidelidade foi ruína para toda a nação.

Cristo sabia que na destruição de Jerusalém os judeus se lembrariam de Sua advertência. E assim foi. Ao vir a calamidade sobre Jerusalém, quando miséria e sofrimento de toda espécie sobrevieram ao povo, lembraram-se dessas palavras de Cristo e entenderam a parábola. Acarretaram sobre si mesmos sofrimento pelo menosprezo de fazer brilhar a luz dada por Deus ao mundo.

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