À Beira do Caminho
Aquilo de que a parábola
do semeador principalmente trata é o efeito produzido sobre o crescimento da
semente pelo solo em que é lançada. Por essa parábola diz Jesus virtualmente a
Seus ouvintes: Não é seguro vos colocardes como críticos de Minha obra, ou
condescenderdes com desapontamentos por não corresponder a vossas opiniões.
A questão de maior importância para vós é: Como
tratais Minha mensagem? De vossa aceitação ou rejeição da mesma depende vosso
destino eterno.
Na explicação da semente
que caiu à beira do caminho, disse: "Ouvindo alguém a Palavra do Reino e
não a entendendo, vem o maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração;
este é o que foi semeado ao pé do caminho." Matheus 13:19.
A semente lançada à
beira do caminho representa a Palavra de Deus quando cai no coração de um
ouvinte desatento. Como o calcado caminho, pisado pelos pés de homens e
animais, é o coração que se torna estrada para o comércio do mundo, seus
prazeres e pecados. Absorvido em aspirações egoístas e condescendência
pecaminosa, o coração se endurece "pelo engano do pecado". Heb. 3:13.
As faculdades espirituais são enfraquecidas. O homem ouve, sim, a Palavra, mas
não a entende. Não discerne que ela se aplica a ele próprio. Não reconhece suas
necessidades nem seu perigo. Não percebe o amor de Cristo, e passa pela
mensagem de Sua graça como alguma coisa que não lhe diz respeito.
Como os pássaros estão
prontos para tirar a semente do caminho, assim também Satanás está atento para
tirar da mente os princípios da verdade divina. Teme que a Palavra de Deus
possa despertar os negligentes e ter efeito sobre o coração endurecido. Satanás
e seus anjos estão nas reuniões onde o evangelho é pregado. Enquanto anjos do
Céu se esforçam para impressionar os corações com a Palavra de Deus, o inimigo
está alerta para torná-la sem efeito. Com fervor só comparável à sua maldade,
procura frustrar a obra do Espírito de Deus. Enquanto Cristo, pelo Seu amor,
atrai a alma, Satanás procura desviar a atenção daquele que é movido a buscar o
Salvador. Preocupa a mente com projetos mundanos. Instiga a crítica ou insinua
dúvida e incredulidade. A linguagem do orador ou suas maneiras podem não
agradar o ouvinte, e ele se detém sobre esses defeitos. Assim, a verdade de que
carecem, e que Deus lhes enviou tão graciosamente, não causa impressão
duradoura.Satanás tem muitos auxiliares. Muitos que se dizem cristãos ajudam o
tentador a tirar de outros as sementes da verdade. Muitos que ouvem a pregação
da Palavra de Deus, fazem-na em casa objeto de crítica. Julgam a pregação, como
se estivessem dando opinião sobre um discurso ou a respeito de um orador
político. A mensagem que deve ser considerada a Palavra do Senhor para eles, é
discutida com comentários frívolos e sarcásticos. O caráter, motivos e atos do
pregador como também o procedimento dos membros da congregação são discutidos
livremente. Pronuncia-se crítica cruel; calúnias e boatos são repetidos, e tudo
isso aos ouvidos de não-conversos. Muitas vezes essas coisas são faladas pelos
pais ao ouvido dos próprios filhos. Desse modo destrói-se o respeito aos
mensageiros de Deus e a reverência à Sua mensagem, e muitos são ensinados a
considerar levianamente a própria Palavra de Deus.
Assim, nos lares de professos cristãos são
educados muitos jovens de modo a se tornarem incrédulos; e os pais perguntam
por que os filhos possuem tão pouco interesse no evangelho e estão tão prontos
para duvidar da verdade da Bíblia. Admiram-se de que seja tão difícil
alcançá-los com influências morais e religiosas. Não vêem que seu próprio
exemplo endureceu o coração dos filhos. A boa semente não acha lugar para se
enraizar, e Satanás a arranca.
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