sexta-feira, 29 de abril de 2016

13 ( No Deserto da Tentação) O Significado da Prova



Quando Cristo suportou a prova da tentação sobre o apetite, Ele não estava na beleza do Éden, como Adão, com a luz e o amor de Deus vistos em tudo sobre que seus olhos repousassem; mas estava num estéril e desolado deserto, rodeado por animais selvagens. Tudo a Sua volta era repulsivo. Nesse ambiente, jejuou quarenta dias e quarenta noites, "e, naqueles dias, não comeu coisa alguma". Lucas 4:2. Estava enfraquecido pelo longo jejum e experimentou agudíssimo senso de fome. Seu semblante estava, na verdade, mais caído do que o dos filhos dos homens.
Assim Cristo entrou no conflito para vencer o poderoso inimigo, suportando toda a prova que Adão falhou em suportar, para que através do êxito neste conflito pudesse quebrar o poder de Satanás e redimir a humanidade da desgraça da queda.
Tudo estava perdido quando Adão se submeteu ao poder do apetite. O Redentor, em quem o humano e o divino estavam unidos, ficou no lugar de Adão e suportou o terrível jejum, por quase seis semanas. A duração deste jejum é a mais forte evidência da grande pecaminosidade do aviltado apetite e do poder que ele tem sobre a família humana.
A humanidade de Cristo alcançou a mais profunda mesquinhez humana e identificou-se com as fragilidades e necessidades do homem caído, enquanto Sua natureza divina se apegava ao Eterno. Sua obra em levar a culpa do homem transgressor não Lhe deu licença para continuar violando a lei de Deus, porque a transgressão fez do homem um devedor para com a lei, e Cristo mesmo estava pagando este débito com os Seus próprios sofrimentos. As provas e sofrimentos de Cristo visavam impressionar o homem com o senso do seu grande pecado em quebrar a lei de Deus, e levá-lo ao arrependimento e obediência à lei, e através da obediência torná-lo aceitável a Deus. Ele imputaria Sua justiça ao homem e assim aumentaria seu valor moral perante Deus, para que os seus esforços a fim de guardar a lei divina pudessem ser aceitos. O trabalho de Cristo consistia em reconciliar o homem com Deus, através de Sua natureza humana, e Deus com o homem através de Sua natureza divina.
Tão logo começou o longo jejum de Cristo, Satanás estava a postos com suas tentações. Ele veio a Cristo disfarçado em luz, afirmando ser um dos anjos do trono de Deus, enviado com uma missão de misericórdia a fim de simpatizar com Ele e aliviá-Lo da Sua condição de sofrimento. Tentava fazer Cristo acreditar que Deus não requeria dele que experimentasse a negação própria e os sofrimentos que Ele antecipava; que tinha sido enviado do Céu para trazer-Lhe a mensagem de que Deus pretendia somente provar sua disposição em suportar.
Satanás disse a Cristo que Ele devia pôr os pés no caminho ensangüentado, mas não devia andar por ele, como o fizera Abraão quando provado, a fim de mostrar Sua perfeita obediência. Ele ainda mencionou que era o anjo que segurou a mão de Abraão quando o cutelo foi levantado para matar Isaque, e que agora veio para salvar-Lhe a vida; que não era necessário que Ele suportasse a dor desta fome e morte por inanição; que ele O ajudaria a suportar o trabalho no plano da salvação.
O Filho de Deus afastou-Se de todas estas tentações ardilosas e permaneceu no Seu propósito de levar avante em detalhes, no espírito e na letra, o plano que tinha sido delineado para a redenção da humanidade caída. Mas Satanás tinha diferentes maneiras de tentações, preparadas para enganar Cristo e obter vantagens sobre Ele; se falhasse numa tentação, tentaria outra. Pensava que seria bem-sucedido porque Cristo tinha-Se humilhado a Si mesmo como homem. Ele lisonjeou o seu suposto caráter como sendo de um anjo celestial e que não seria descoberto. Simulou duvidar da divindade de Cristo porque a Sua aparência estava enfraquecida e achava-Se em ambiente desfavorável.
Cristo sabia que ao tomar a natureza humana não seria igual aos anjos do Céu na aparência. Satanás insistia que se Ele era realmente o Filho de Deus, deveria dar-lhe evidência de Seu exaltado caráter. Aproximou-se de Cristo com tentações sobre o apetite. Ele venceu Adão neste ponto e controlou seus descendentes, e através da condescendência com o apetite, levou-os a provocar a Deus pela iniqüidade, chegando a ponto de os crimes serem tão grandes que o Senhor os destruiu da Terra pelas águas do Dilúvio.

Sob as tentações diretas de Satanás os filhos de Israel deixaram que o apetite controlasse a razão, e pela condescendência foram levados a cometer pecados graves que atraíram sobre eles a ira de Deus, e caíram no deserto. Pensava ele que poderia com êxito vencer a Cristo com as mesmas tentações. Satanás disse a Cristo que um dos exaltados anjos fora exilado na Terra, que Sua aparência indicava que, em vez de ser o Rei do Céu Ele era o anjo caído e que isto explicava a Sua aparência definhada e aflita.

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