Então Jesus, acompanhado de todos os santos
anjos, e todos os santos remidos, saem da cidade. Os anjos rodeiam seu
Comandante e O acompanham em Seu trajeto, e a seguir vem o cortejo dos santos
remidos. Com majestade terrível e pavorosa, Jesus chama então os ímpios mortos;
e eles surgem com o mesmo corpo fraco, doentio, que foram à sepultura. Que
espetáculo! Que cena! Na primeira ressurreição, todos saem com imortal frescor,
mas na segunda, os indícios da maldição são visíveis em todos. Os reis e os
nobres da Terra, os vis e os desprezíveis, os doutos e os ignorantes, surgem ao
mesmo tempo. Todos contemplam o Filho do homem; e os mesmos homens que O
desprezaram e dEle escarneceram, que Lhe puseram sobre a sagrada fronte a coroa
de espinhos, e O feriram com a cana, contemplam-nO em toda a Sua majestade
real. Os que cuspiram nEle na hora de Seu julgamento, agora se desviam de Seu
olhar penetrante, e da glória de Seu rosto. Os que introduziram os cravos
através de Suas mãos e pés, olham agora para os sinais de Sua crucifixão. Os
que Lhe feriram o lado, vêem os sinais de sua crueldade em Seu corpo. E sabem
que Ele é o mesmo a quem crucificaram, e de quem escarneceram em Sua agonia
mortal. E levantam então um pranto de angústia, longo e demorado, fugindo para
esconder-se da presença do Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Todos estão procurando esconder-se nas rochas,
para se defenderem da glória terrível dAquele a quem uma vez desprezaram. E,
oprimidos e afligidos por Sua majestade e extraordinária glória, unanimemente
levantam a voz e com terrível clareza exclamam: "Bendito O que vem em nome
do Senhor!" Matheus 23:39.
Então, Jesus e os santos
anjos, acompanhados por todos os santos vão de novo à cidade, e as amarguradas
lamentações e prantos dos ímpios condenados enchem os ares. Vi então que
Satanás novamente começava a sua obra. Passava por entre seus súditos, e fazia
do fraco e débil forte, e dizia-lhes que ele e os seus anjos ainda eram
poderosos. Apontava para os incontáveis milhões que tinham ressuscitado. Havia
poderosos guerreiros e reis, que eram muito hábeis em batalhas e que haviam
conquistado reinos. E havia poderosos gigantes e homens valentes que nunca
perderam uma batalha. Ali estava o orgulhoso e ambicioso Napoleão, cuja
aproximação tinha feito reinos tremer. Ali se achavam homens de elevada
estatura e porte nobre, que haviam tombado na batalha enquanto sedentos de
conquista.
Ao surgir de suas
sepulturas, reatam a corrente de seus pensamentos no ponto em que cessara por
ocasião da morte. Possuem o mesmo desejo de conquistar que os governava quando
tombaram. Satanás consulta com seus anjos e, então, com aqueles reis,
conquistadores, e homens poderosos. Olha então para o vasto exército e diz-lhes
que a multidão na cidade é pequena e fraca, e que eles podem subir e tomá-la,
expulsar seus habitantes e possuir sua riquezas e glória.
Satanás consegue
enganá-los, e todos começam imediatamente a preparar-se para a batalha. Há
muitos homens hábeis naquele vasto exército, e constroem todas as espécies de
instrumentos de guerra. Então, com Satanás à sua frente, a multidão se põe em
movimento. Reis e guerreiros seguem imediatamente após Satanás e as multidões
vêm a seguir, em companhias. Cada companhia tem o seu dirigente, e é observada
a ordem enquanto, sobre a superfície partida da Terra, marcham em direção à
santa cidade. Jesus fecha as portas da cidade e este vasto exército a cerca, e
dispõe-se para a batalha, esperando um conflito tremendo.
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