segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

49 (História da Redenção) A primeira Mensagem Angélica - Parte Final




                                           Oposição
A proclamação de um tempo definido para a vinda de Cristo despertou grande oposição de muitos, dentre todas as classes, desde o pastor, no púlpito, até ao mais ousado pecador. "Daquele dia e hora ninguém sabe!" era ouvido tanto de pastores hipócritas como de ousados zombadores. Fechavam os ouvidos à clara e harmoniosa explanação do texto, por aqueles que chamavam a atenção para o fim dos períodos proféticos e para os sinais que o próprio Cristo predisse como evidências de Seu advento.
Muitos que professavam amar o Salvador, declaravam que não se opunham à doutrina do segundo advento; faziam objeções unicamente, ao tempo definido. Mas os olhos de Deus, que tudo vêem, leram o seu coração. Não desejavam ouvir acerca da vinda de Cristo para julgar o mundo com justiça. Haviam sido servos infiéis; suas obras não resistiriam à inspeção do Deus que sonda os corações, e receavam encontrar-se com o Senhor. Tais como os judeus, ao tempo do primeiro advento de Cristo, não estavam preparados para recebê-Lo. Satanás e seus anjos exultavam e lançavam a afronta ao rosto de Cristo e dos santos anjos, por ter Seu povo professo tão pouco amor por Ele que não desejavam o Seu aparecimento.
Vigias infiéis embaraçavam o progresso da obra de Deus. À medida em que o povo se levantava e começava a indagar sobre o caminho da salvação, estes líderes se interpunham entre eles e a verdade, procurando acalmar seus temores, por falsas interpretações da Palavra de Deus. Estavam unidos nesse trabalho, Satanás e pastores não consagrados, clamando paz, paz, quando Deus não havia falado de paz. Tais quais os fariseus no tempo de Cristo, muitos se recusavam a entrar no reino de Deus e impediam os que estavam entrando. O sangue dessas almas ser-lhes-á requerido.
Por onde quer que a mensagem da verdade fosse proclamada, os mais humildes e devotos nas igrejas eram os primeiros a recebê-la. Os que estudavam por si mesmos a Bíblia, podiam ver o caráter não escriturístico das opiniões populares com respeito às profecias. E onde quer que o povo não fosse enganado pelos esforços do clero em confundir e perverter a fé, onde quer que por si mesmos pesquisassem a Palavra de Deus, a doutrina do advento precisava apenas ser comparada com as Escrituras para estabelecer-lhe a autoridade divina.
Muitos eram perseguidos por seus irmãos descrentes. Alguns, a fim de conservar sua posição na igreja, concordaram em silenciar a respeito de sua esperança; outros, porém, sentiam que a lealdade para com Deus não lhes permitia ocultar desta maneira as verdades que Ele lhes confiara. Não poucos foram separados da comunhão da igreja, unicamente pelo motivo de exprimirem sua crença na vinda de Cristo. Aos que suportavam essa prova de fé, as palavras da profecia se tornavam mui preciosas: "Vossos irmãos que vos aborrecem e que para longe vos lançam por amor do Meu nome, dizem: O Senhor
seja glorificado, para que vejamos a vossa alegria; mas eles serão confundidos." Isaias 66:5.
Anjos de Deus observavam, com o mais profundo interesse, o resultado da advertência. Quando as igrejas como um corpo rejeitaram a mensagem, anjos se afastaram delas com tristeza. Nas igrejas havia muitos, porém, que não tinham ainda sido provados quanto à verdade do advento. Muitas pessoas eram enganadas por marido, esposa, pais ou filhos, e eram levadas a crer que era pecado até mesmo ouvir as heresias pregadas pelos adventistas. Os anjos receberam ordem de proteger fielmente aquelas almas, pois outra luz, procedente do trono de Deus, deveria ainda resplandecer sobre elas.
Preparo Para Encontrar o Senhor
Com inexprimível desejo, os que haviam recebido a mensagem aguardavam a vinda do Salvador. O tempo em que esperavam encontrar-se com Ele estava às portas. Com calma e solenidade viam aproximar-se a hora. Permaneciam em doce comunhão com Deus, como que antegozando a paz que desfrutariam no glorioso porvir. Pessoa alguma que haja experimentado esta confiante esperança, poderá esquecer-se daquelas preciosas horas de expectativa. As ocupações seculares foram em sua maior parte postas de lado por algumas semanas. Como se estivessem no leito de morte, e devessem dentro de poucas horas cerrar os olhos às cenas terrestres, os crentes sinceros examinavam cuidadosamente todos os pensamentos e emoções de seu coração. Não houve confecção de "vestes para a ascensão", todos sentiam, porém, a necessidade de evidência íntima de que estavam preparados para encontrar-se com o Salvador; suas vestes brancas eram a pureza da alma, o caráter purificado do pecado pelo sangue expiatório de Cristo.
Deus intentara provar o Seu povo. Sua mão ocultou um erro no cômputo dos períodos proféticos. Os adventistas não descobriram esse erro, tampouco foi descoberto pelos mais instruídos de seus oponentes. Estes últimos diziam: "Vossa contagem dos períodos proféticos é correta. Qualquer grande acontecimento está prestes a ocorrer; mas não é o que o Sr. Miller prediz: é a conversão do mundo, e não o segundo advento de Cristo."
Passou-se o tempo de expectação e Cristo não apareceu para a libertação de Seu povo. Os que com fé e amor sinceros haviam esperado o Salvador, experimentaram amargo desapontamento. Todavia, os propósitos de Deus se cumpriam: provara Ele o coração dos que professavam estar à espera de Seu aparecimento. Muitos havia, entre eles, que não tinham sido constrangidos por motivos mais elevados do que o medo. A profissão de fé não lhes transformara o coração, nem a vida. Não se realizando o acontecimento esperado, declararam essas pessoas que não se achavam decepcionadas; nunca tinham crido que Cristo viria. Contavam-se entre os primeiros a ridicularizar a tristeza dos verdadeiros crentes.
Mas Jesus e toda a multidão celestial olhavam com amor e simpatia para os provados e fiéis, embora decepcionados. Pudesse descerrar-se o véu que separava o mundo visível do invisível, e ter-se-iam visto anjos aproximando-se daquelas almas constantes, protegendo-as dos dardos de Satanás.


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