terça-feira, 30 de setembro de 2014

31 ( História da Redenção) O Pentecoste - Parte 3



                                                    O Sermão de Pedro 

    Pedro mostrou-lhes que esta manifestação era o cumprimento direto da profecia de Joel, na qual vaticinou que este poder seria derramado sobre homens de Deus, a fim de capacitá-los para um trabalho especial. 

    Pedro traçou a linhagem de Jesus em linha direta à nobre casa de Davi. Não usou nenhum dos ensinamentos de Jesus para provar sua verdadeira posição, pois sabia que seus preconceitos eram tão grandes que isto não teria nenhum efeito. Referiu-se, porém, a Davi, a quem os judeus consideravam um venerável patriarca de sua nação. Disse Pedro: 

    "Porque dEle disse Davi: Sempre via diante de mim o Senhor, porque está à minha direita, para que eu não seja comovido; por isso se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; e ainda a minha carne há de repousar em esperança. Pois não deixarás a minha alma no Hades, nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção." Atos 2:25-27. 

    Pedro aqui mostra que Davi não podia estar falando em referência própria, mas definidamente de Jesus Cristo. Davi morreu a morte natural como outros homens; sua sepultura, com o venerável pó que continha, preservada com grande cuidado até aquele tempo. Davi, como rei de Israel, e também como profeta, tinha sido especialmente honrado por Deus. Em profética visão foi-lhe mostrada a vida futura e o ministério de Cristo. Viu Sua rejeição, julgamento, crucifixão, sepultamento, ressurreição e ascensão. 

    Davi testificou que a alma de Cristo não seria deixada no inferno (a sepultura), nem Sua carne veria corrupção. Pedro mostrou o cumprimento desta profecia em Jesus de Nazaré. Deus efetivamente O havia ressuscitado do sepulcro antes que Seu corpo visse corrupção. E agora era o Ser exaltado no Céu dos céus. 

    Nessa memorável ocasião, grande número dos que até aqui ridicularizavam a idéia de pessoa tão despretensiosa como Jesus ser o Filho de Deus, tornaram-se completamente convencidos da verdade e O reconheceram como seu Salvador. Três mil almas foram acrescentadas à igreja. Os apóstolos falavam pelo poder do Espírito Santo; e suas palavras não podiam ser controvertidas, pois eram confirmadas por poderosos milagres, operados mediante o derramamento do Espírito de Deus. Os próprios discípulos estavam atônitos ante o resultado desta visitação, e com a rápida e abundante colheita de almas. Todo o povo estava cheio de assombro. Aqueles que não abandonavam o preconceito e fanatismo estavam tão intimidados que não ousavam nem pela voz nem pela violência tentar deter esse poderoso trabalho, e, por este tempo, sua oposição cessou. 

    Somente os argumentos dos apóstolos, embora claros e convincentes, não teriam removido o preconceito dos judeus, que resistira a tantas evidências. Mas o Espírito Santo enviou tais argumentos com divino poder a seus corações. Eles eram como afiadas setas do Todo-poderoso, convencendo-os de sua terrível culpa em haverem rejeitado e crucificado o Senhor da glória. "Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos? 

  ”E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” Atos 2:37 e 38. 
    Pedro levou ao íntimo do povo convicto o fato de que haviam rejeitado a Cristo por terem sido enganados pelos sacerdotes e príncipes; e que se eles continuassem a buscar conselho desses homens, e esperassem que esses líderes reconhecessem a Cristo, em vez de ousar fazê-lo por si mesmos, jamais O aceitariam. Esses homens poderosos, embora fizessem profissão de piedade, eram ambiciosos e zelosos por riquezas e glórias terrenas. Jamais viriam a Cristo para receber iluminação. Jesus havia predito a terrível retribuição que viria sobre o povo por sua obstinada incredulidade, não obstante as mais poderosas evidências dadas a eles de que Jesus era o Filho de Deus. 

    Desse tempo em diante, a linguagem dos discípulos era pura, simples e correta em palavra e dicção, falassem eles sua língua nativa ou uma língua estrangeira. Esses homens humildes, que nunca tinham aprendido na escola dos profetas, apresentavam verdades tão elevadas e puras que maravilhavam os que as ouviam. Eles não podiam ir pessoalmente aos lugares mais afastados da Terra; mas estavam ali para a festa, homens de todos os quadrantes do mundo, e as verdades recebidas por eles foram levadas para seus vários lares e anunciadas entre seu povo, ganhando almas para Cristo. 


                

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