domingo, 21 de setembro de 2014

28 ( História da Redenção) A Crucifixão de Cristo - Parte Final



                                                           "Está Consumado" 

    Em silêncio o povo aguardava o fim da terrível cena. Outra vez o Sol brilhara, mas a cruz continuava circundada de trevas. De repente, ergue-se de sobre a cruz a sombra, e em tons claros, como de trombeta, que pareciam ressoar por toda a criação, bradou Jesus: "Está consumado." João 19:30. "Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito." Lucas 23:46. Uma luz envolveu a cruz, e a face do Salvador brilhou com uma glória semelhante à do Sol. Pendendo então a cabeça sobre o peito, expirou. 

    No momento em que Cristo morreu, havia sacerdotes ministrando no templo diante do véu que separava o lugar santo do santíssimo. Subitamente eles sentiram a terra tremer sob seus pés, e o véu do templo, uma forte e rica tapeçaria renovada anualmente, foi rasgado em dois de cima a baixo pela mesma mão lívida que escreveu as palavras de condenação nas paredes do palácio de Belsazar. 

    Jesus não entregou Sua vida até que tivesse cumprido  a obra que viera fazer; e exclamou em Seu derradeiro alento: "Está consumado." João 19:30. Os anjos se alegraram quando estas palavras foram proferidas, pois o grande plano da redenção estava sendo triunfalmente executado. Houve alegria no Céu de que os filhos de Adão pudessem agora, mediante uma vida de obediência, ser elevados finalmente à presença de Deus. Satanás foi derrotado, e sabia que seu reino estava perdido. 

                                                     O Sepultamento 

    João estava ansioso para saber que medidas tomar em relação ao corpo de seu amado Mestre. Estremeceu ao pensar que seria manuseado por grosseiros e insensíveis soldados, e colocado numa sepultura desonrosa. Sabia que não podia obter nenhum favor das autoridades judaicas, e esperava pouco de Pilatos. Mas José e Nicodemos tomaram a dianteira nessa emergência. Ambos eram membros do sinédrio e tinham relações com Pilatos. Ambos eram ricos e influentes, e decidiram que o corpo de Jesus teria sepultamento condigno. 

    José foi ousadamente a Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos então deu uma ordem oficial para que o corpo de Jesus fosse entregue a José. Enquanto o discípulo João estava aflito quanto aos sagrados despojos de seu amado Mestre, José de Arimatéia voltou com a ordem do governador; e Nicodemos, antecipando o resultado da entrevista de José com Pilatos, chegou com uma custosa mistura de mirra e aloés, de cerca de cem libras de peso. Ao mais honrado em Jerusalém, não se poderia haver demonstrado mais respeito na morte. 

    Delicada e reverentemente, removeram eles com as   próprias mãos o corpo de Jesus do instrumento de tortura; lágrimas de compaixão corriam-lhes ao contemplarem Seu ferido e lacerado corpo, que cuidadosamente banharam e limparam das marcas de sangue. José possuía um sepulcro novo, talhado numa rocha, que estava reservado para si mesmo; ficava próximo do Calvário, e ele preparou seu sepulcro para Jesus. O corpo, com as especiarias trazidas por Nicodemos, foi cuidadosamente envolto num lençol de linho, e os três discípulos conduziram seu precioso fardo ao sepulcro novo, onde homem algum jamais havia sido depositado antes. Aí, eles compuseram-Lhe os mutilados membros, e cruzaram-Lhe as mãos feridas sobre o inanimado peito. As mulheres galiléias foram ver se fora feito tudo o que se podia fazer pelo corpo sem vida do amado Mestre. Viram então que fora rolada a pesada pedra para a entrada do sepulcro, e o Salvador deixado a repousar. As mulheres foram as últimas junto à cruz, e as últimas também a deixar o sepulcro. 

    Embora as autoridades judaicas tivessem levado a cabo seu diabólico propósito de conduzir à morte o Filho de Deus, suas apreensões não estavam eliminadas e nem seus ciúmes de Cristo morto. Misturado com a alegria da vingança satisfeita, havia um sempre presente temor de que Seu corpo morto, repousando no sepulcro de José, pudesse voltar à vida. Por isso "reuniram-se os príncipes dos sacerdotes e os fariseus em casa de Pilatos. Dizendo: Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: Depois de três dias ressuscitarei. Manda pois que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia, não se dê o caso que os seus discípulos vão de noite, e o furtem, e digam ao povo: Ressuscitou dos mortos; e assim o último erro será pior do que o primeiro". Matheus 27:63 e 64. Pilatos também não desejava que Jesus ressurgisse com poder para punir a culpa daqueles que O haviam destruído,     e colocou uma escolta de soldados romanos sob o comando dos sacerdotes. Disse ele: "Tendes a guarda; ide, guardai-o como entenderdes. E, indo eles, seguraram o sepulcro com a guarda, selando a pedra." Matheus 27:65 e 66. 

    Os judeus compreendiam a vantagem de terem tal guarda nas proximidades do sepulcro de Jesus. Colocaram um selo sobre a pedra que fechava o sepulcro, para que ele não fosse violado sem o fato ser conhecido, e tomaram todas as precauções contra qualquer prática fraudulenta dos discípulos em relação ao corpo de Jesus. Entretanto, todos estes planos e precauções apenas serviram para fazer maior o êxito da ressurreição, mais plenamente estabelecida a sua veracidade. 

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