terça-feira, 19 de agosto de 2014

24 ( História da Redenção) O Primeiro Advento de Cristo - Parte 2


                                                                        A Tentação 

    Depois do batismo de Jesus no Jordão, foi Ele conduzido pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. O Espírito Santo O havia preparado para aquela cena especial de atrozes tentações. Quarenta dias foi tentado por Satanás, e nesses dias nada comeu. Tudo em redor dEle era desagradável e de modo a fazer a natureza humana recuar. Ele estava com as feras e com o diabo, em um lugar desolado, solitário. O Filho de Deus estava pálido e enfraquecido, pelo jejum e sofrimento. Seu caminho, porém, estava traçado, e Ele deveria cumprir a obra que viera fazer. 

    Satanás tirou vantagens dos sofrimentos do Filho de Deus, e preparou-se para assediá-Lo com múltiplas tentações, esperando obter vitória sobre Ele, porque Se humilhara como um homem. Satanás chegou-se com esta tentação: "Se Tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães." Matheus 4:3. Ele tentou Jesus a condescender em dar-lhe prova de ser Ele o Messias, exercendo o Seu poder divino. Jesus brandamente lhe respondeu: "Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus." Matheus 4:4. 

    Satanás estava a procurar discussão com Jesus quanto a ser Ele o Filho de Deus. Referiu-se à Sua condição fraca e sofredora, e orgulhosamente afirmou que era mais forte do que Jesus. Mas a palavra, do Céu falada: "Tu és Meu Filho amado, em Ti Me tenho comprazido" (Lucas 3:22), foi suficiente para alentar a Jesus através de todos os Seus sofrimentos. Vi que Jesus nada tinha a fazer quanto a convencer Satanás acerca de Seu poder, ou de ser o Salvador do mundo. Satanás tinha prova suficiente da posição exaltada e da autoridade do Filho de Deus. Sua indisposição para render-se à autoridade de Cristo, excluíra-o do Céu. 

    Satanás, para manifestar o seu poder, levou Jesus a Jerusalém, e pô-Lo no pináculo do templo, e ali O tentou para dar prova de ser o Filho de Deus, lançando-Se abaixo daquela altura vertiginosa. Satanás chegou-se com as palavras da inspiração: "Porque está escrito: Mandará aos Seus anjos, acerca de ti, que te guardem, e que te sustenham nas mãos, para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra." Lucas 4:10 e 11. Jesus, respondendo-lhe, disse: "Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus." Luc. 4:12. Satanás quis fazer Jesus vangloriar-Se com a misericórdia de Seu Pai, e arriscar Sua vida antes do cumprimento de Sua missão. Ele tinha esperado que o plano da salvação fracassasse; mas este plano estava muito profundamente estabelecido para que fosse subvertido ou prejudicado por Satanás. 

    Cristo é o exemplo para todos os cristãos. Quando eles são tentados, ou são discutidos os seus direitos,  deveriam suportá-lo pacientemente. Não deveriam entender que têm direito de apelar para o Senhor a fim de ostentar Seu poder, para conseguirem alcançar vitória sobre os seus inimigos, a menos que possa Deus ser diretamente honrado e glorificado por meio disso. Se Jesus Se houvesse lançado do pináculo do templo, não teria glorificado Seu Pai; pois ninguém teria testemunhado o ato a não ser Satanás e os anjos de Deus. E teria sido tentar ao Senhor o ostentar Seu poder ao Seu pior adversário. Isto teria sido condescender com aquele a quem Jesus viera para vencer. 

    "E o diabo, levando-O a um alto monte, mostrou-Lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-Lhe o diabo: Dar-Te-ei a Ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero; portanto, se Tu me adorares, tudo será Teu. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás." Lucas 4:5-8. 

    Satanás apresentou diante de Jesus os reinos do mundo sob o mais atraente aspecto. Se Jesus o adorasse ali, oferecer-se-ia para abandonar suas pretensões a posses na Terra. Se o plano da salvação fosse executado, e Jesus morresse para remir o homem, sabia Satanás que seu poder deveria limitar-se e finalmente ser tirado, e que ele seria destruído. Portanto, foi seu meditado plano impedir, se possível, o cumprimento da grande obra que havia sido começada pelo Filho de Deus. Se o plano da redenção humana falhasse, Satanás conservaria o reino a que tinha pretensões. E, sendo ele bem-sucedido, lisonjeava-se de que reinaria em oposição ao Deus do Céu. 

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