Muitos anos tinham os filhos
de Israel estado em servidão aos egípcios. Apenas umas poucas famílias haviam
descido ao Egito, porém tinham-se tornado numa grande multidão. Sendo
circundados pela idolatria, muitos deles tinham perdido o conhecimento do verdadeiro
Deus e esquecido Sua lei. Uniram-se aos egípcios em sua adoração ao Sol, Lua e
estrelas, e também de animais e imagens, obra das mãos de homens.
Todas as coisas ao redor dos
filhos de Israel tendiam a fazê-los esquecer o Deus vivo. Mesmo assim, existiam
entre os hebreus os que preservaram o conhecimento do verdadeiro Deus, Criador
dos Céus e da Terra. Afligiam-se por ver seus filhos testemunhando diariamente
as abominações do povo idólatra que os cercava, e mesmo tomando parte nelas,
curvando-se às divindades egípcias, feitas de madeira e pedra, e oferecendo
sacrifícios a estes objetos insensíveis. Os fiéis eram afligidos e na sua
agonia clamavam ao Senhor por livramento do jugo egípcio; que Ele os tirasse
fora do Egito, para onde pudessem ser livres da idolatria e das corruptoras
influências que os circundavam.
Entretanto muitos dos
hebreus estavam dispostos a permanecer em servidão, de preferência a terem que
ir para um novo país e depararem com as dificuldades presentes em tal jornada.
Por isso, o Senhor não os livrou pela primeira manifestação de
Seus sinais e maravilhas diante de Faraó. Deus dirigiu os fatos para mais
plenamente desenvolver o espírito tirânico de Faraó, e para que pudesse
manifestar Seu grande poder aos egípcios e também diante de Seu povo, a fim de
fazê-los ansiosos de deixar o Egito e escolherem o serviço de Deus.
Embora muitos dos israelitas se tivessem
corrompido pela idolatria, os fiéis permaneciam firmes. Não ocultavam sua fé,
mas abertamente confirmavam diante dos egípcios que serviam o único verdadeiro
Deus vivo. Repetiam as evidências da existência de Deus e do Seu poder, desde a
criação. Os egípcios tiveram oportunidade de se familiarizar com a fé dos
hebreus e com seu Deus. Tinham tentado subverter os fiéis adoradores do
verdadeiro Deus, e estavam aborrecidos porque não tiveram êxito, nem por
ameaças, nem por promessa de recompensas, ou por tratamentos cruéis.
Os últimos dois reis que haviam ocupado o
trono do Egito tinham sido tiranos e trataram cruelmente os hebreus. Os anciãos
de Israel se esforçaram para encorajar a enfraquecida fé dos israelitas,
referindo a promessa feita a Abraão, e as palavras proféticas de José pouco
antes de morrer, predizendo sua libertação do Egito. Alguns deram ouvidos e creram.
Outros contemplavam sua própria triste condição, e não tinham esperança.
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