Os irmãos de José tinham o
propósito de matá-lo, mas finalmente se contentaram em vendê-lo como escravo,
para evitar que se tornasse maior do que eles. Pensavam tê-lo colocado onde não
seriam mais atormentados com seus sonhos e onde não haveria possibilidade para
seu cumprimento. Mas a própria conduta que seguiram, Deus utilizou para fazer
cumprir aquilo que desejavam jamais viesse a ocorrer - que ele tivesse domínio
sobre eles.
Deus não deixou José ir
sozinho para o Egito. Anjos prepararam o caminho para sua recepção. Potifar,
oficial de Faraó, capitão da guarda, comprou-o dos ismaelitas. E o Senhor
esteve com José, prosperando-o e dando-lhe o favor de seu senhor, pelo que
todas as suas posses foram confiadas aos cuidados de José. Potifar "deixou
tudo o que tinha na mão de José, de maneira que de nada sabia do que estava com
ele, a não ser do pão que comia." Gênesis 39:6. Era considerado uma
abominação um hebreu preparar alimento para um egípcio.
Quando José foi tentado a
desviar-se do caminho da retidão, transgredir a lei de Deus e mostrar-se infiel
a seu senhor, firmemente resistiu e deu prova do elevado poder do temor de Deus
em sua resposta à esposa de seu senhor.
Depois de falar da grande confiança que seu senhor depositava nele,
entregando-lhe tudo o que tinha, exclamou: "Como pois faria eu este
tamanho mal, e pecaria contra Deus?" Gênesis 39:9. Ele não seria
persuadido a desviar-se do caminho da justiça e pisar sobre a lei de Deus por
quaisquer incentivos ou ameaças.
Quando foi acusado, e um crime vil lhe foi
falsamente atribuído, não se entregou ao desespero. Consciente de sua inocência
e justiça, ainda confiou em Deus. E Deus, que até então o defendera, não o
desamparou. Foi preso em cadeias e metido numa sombria prisão. Contudo, Deus
transformou seu próprio infortúnio em bênção. Deu-lhe favor com o carcereiro, e
a José foi logo confiada a guarda de todos os prisioneiros.
Aqui está um exemplo para todas as
gerações que venham a existir sobre a Terra. Embora estejam expostos a
tentações, devem sempre compreender que há uma defesa à mão e que será culpa
sua se não forem preservados. Deus será um auxílio presente e Seu Espírito uma
proteção. Embora cercados das mais severas tentações, há uma fonte de energia,
à qual podem recorrer para resistir a elas.
Quão violento foi o assalto à moral de
José! Veio de alguém de influência - alguém que era o máximo em habilidade para
conduzi-lo ao descaminho. Contudo, quão pronta e firmemente foi ele resistido.
José sofreu por sua virtude e integridade, pois aquela que pretendia
desencaminhá-lo vingou-se da virtude que não pôde subverter, e pela sua
influência causou o seu lançamento na prisão, acusando-o de um grave erro. Aqui
José sofreu porque não abriu mão de sua integridade. Tinha colocado sua
reputação e interesse nas mãos de Deus. Embora fosse submetido à aflição por
algum tempo, a fim de ser preparado para uma importante
posição, Deus manteve a salvo aquela reputação denegrida por uma ímpia
acusadora, e posteriormente, quando Deus considerou oportuno, fê-la
resplandecer. Mesmo na prisão, Deus preparou o caminho de sua elevação. A
virtude a seu tempo alcançará a sua própria recompensa. O escudo que cobria o
coração de José era o temor de Deus, o qual o levou a ser fiel e justo para com
seu senhor e leal a Deus.
Embora José fosse exaltado como governador
sobre toda a terra, não se esqueceu de Deus. Sabia que era estranho numa
estranha terra, separado de seus pais e irmãos, o que freqüentemente lhe
causava tristeza, mas cria firmemente que a mão de Deus tinha dirigido seu
caminho, para colocá-lo numa posição importante. Confiando em Deus
continuamente, desempenhou com fidelidade todos os deveres de seu ofício, como
governador da terra do Egito.
José andava com Deus. Não seria persuadido
a desviar-se da vereda da justiça e transgredir a lei de Deus, por nenhum
incentivo ou ameaça. Seu domínio próprio e paciência na adversidade e sua
inquebrantável fidelidade foram deixados em registro para benefício de todos os
que posteriormente vivessem na Terra. Quando os irmãos de José reconheceram
diante dele o seu pecado, liberalmente ele lhes perdoou e mostrou, pelos seus
atos de benevolência e amor, que não abrigava ressentimentos pela maneira cruel
com que agiram em relação a ele.
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