terça-feira, 29 de abril de 2014

11 - Jacó e Esaú - Parte 1



Deus conhece o fim desde o princípio. Sabia, antes do nascimento de Jacó e Esaú, que caráter ambos iriam desenvolver. Sabia que Esaú não teria um coração obediente a Ele. Respondeu à aflita oração de Rebeca e informou-a de que teria dois filhos e que o mais velho serviria o mais novo. Apresentou-lhe a história futura dos dois filhos, que eles seriam duas nações, uma maior do que a outra, e que o mais velho serviria o mais jovem. O primogênito era agraciado com vantagens peculiares e privilégios especiais, os quais não pertenciam a nenhum outro membro da família. 

    Isaque amava Esaú mais do que a Jacó, porque Esaú lhe providenciava caça. Ele se agradava de seu espírito ousado e corajoso manifestado na caça aos animais selvagens. Jacó era o filho favorito da mãe, porque sua disposição era meiga e mais susceptível de fazê-la feliz. Jacó aprendera de sua mãe o que Deus lhe tinha ensinado, que o mais velho devia servir o mais novo, e seu juvenil raciocínio levou-o a concluir que esta promessa não seria cumprida enquanto Esaú tivesse os privilégios conferidos ao primogênito. Quando Esaú voltou do campo, desfalecido pela fome, Jacó aproveitou a oportunidade para tornar a necessidade de Esaú a sua própria vantagem. 

   Propôs alimentá-lo com um cozido se ele renunciasse a todos os títulos de sua primogenitura. Assim, Esaú vendeu sua primogenitura a Jacó. 

    Esaú tomou duas esposas idólatras, o que foi uma grande angústia para Isaque e Rebeca. Não obstante isto, Isaque amava Esaú mais do que a Jacó. Quando imaginou que estava perto da morte, pediu a Esaú que lhe preparasse um guisado de caça, para que pudesse abençoá-lo antes de morrer. Esaú não contou ao pai que tinha vendido os direitos de nascimento para Jacó e confirmado isso com juramento. Rebeca ouviu as palavras de Isaque, e relembrou as palavras do Senhor: "O maior servirá ao menor" (Gênesis 25:23), e sabia que Esaú tinha considerado levianamente sua primogenitura, vendendo-a a Jacó. Persuadiu Jacó a enganar seu pai, recebendo pela fraude as bênçãos paternas, as quais pensava não pudessem ser obtidas de outra maneira. Jacó, a princípio, não desejava praticar esse engano, mas finalmente consentiu com os planos de sua mãe.

    Rebeca tinha conhecimento da parcialidade de Isaque para com Esaú, e estava convencida de que argumentos não mudariam o seu propósito. Em vez de confiar em Deus, o Ordenador dos eventos, manifestou falta de fé persuadindo Jacó a ludibriar seu pai. Nisso, o procedimento de Jacó não foi aprovado por Deus. Rebeca e Jacó deviam ter esperado que Deus executasse Seus propósitos à Sua própria maneira, e em Seu próprio tempo, em vez de procurar cumprir os eventos preditos com a ajuda do engano. 

    Se Esaú tivesse recebido a bênção de seu pai, que era conferida ao primogênito, sua prosperidade só poderia ter vindo de Deus; e Ele tê-lo-ia abençoado com prosperidade ou atraído sobre ele adversidade, de acordo com seu procedimento. Se ele amasse e reverenciasse a Deus, como o justo Abel,  poderia ser aceito e abençoado por Deus. Se, como o ímpio Caim, ele não tivesse respeito por Deus nem por Seus mandamentos, mas seguisse sua própria conduta corrupta, não receberia a bênção de Deus e seria rejeitado, como foi Caim. Se a conduta de Jacó fosse justa, se amasse e temesse a Deus, seria abençoado por Deus, e a mão prosperadora de Deus seria com ele, ainda que não obtivesse a bênção e os privilégios geralmente concedidos ao primogênito. 

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