Deus conhece o fim desde o princípio. Sabia, antes do
nascimento de Jacó e Esaú, que caráter ambos iriam desenvolver. Sabia que Esaú
não teria um coração obediente a Ele. Respondeu à aflita oração de Rebeca e
informou-a de que teria dois filhos e que o mais velho serviria o mais novo.
Apresentou-lhe a história futura dos dois filhos, que eles seriam duas nações,
uma maior do que a outra, e que o mais velho serviria o mais jovem. O
primogênito era agraciado com vantagens peculiares e privilégios especiais, os
quais não pertenciam a nenhum outro membro da família.
Isaque amava Esaú mais do
que a Jacó, porque Esaú lhe providenciava caça. Ele se agradava de seu espírito
ousado e corajoso manifestado na caça aos animais selvagens. Jacó era o filho
favorito da mãe, porque sua disposição era meiga e mais susceptível de fazê-la
feliz. Jacó aprendera de sua mãe o que Deus lhe tinha ensinado, que o mais
velho devia servir o mais novo, e seu juvenil raciocínio levou-o a concluir que
esta promessa não seria cumprida enquanto Esaú tivesse os privilégios
conferidos ao primogênito. Quando Esaú voltou do campo, desfalecido pela fome,
Jacó aproveitou a oportunidade para tornar a necessidade de Esaú a sua própria
vantagem.
Propôs alimentá-lo com um
cozido se ele renunciasse a todos os títulos de sua primogenitura. Assim, Esaú
vendeu sua primogenitura a Jacó.
Esaú tomou duas esposas
idólatras, o que foi uma grande angústia para Isaque e Rebeca. Não obstante
isto, Isaque amava Esaú mais do que a Jacó. Quando imaginou que estava perto da
morte, pediu a Esaú que lhe preparasse um guisado de caça, para que pudesse
abençoá-lo antes de morrer. Esaú não contou ao pai que tinha vendido os
direitos de nascimento para Jacó e confirmado isso com juramento. Rebeca ouviu
as palavras de Isaque, e relembrou as palavras do Senhor: "O maior servirá
ao menor" (Gênesis 25:23), e sabia que Esaú tinha considerado levianamente
sua primogenitura, vendendo-a a Jacó. Persuadiu Jacó a enganar seu pai,
recebendo pela fraude as bênçãos paternas, as quais pensava não pudessem ser
obtidas de outra maneira. Jacó, a princípio, não desejava praticar esse engano,
mas finalmente consentiu com os planos de sua mãe.
Rebeca tinha conhecimento da parcialidade
de Isaque para com Esaú, e estava convencida de que argumentos não mudariam o
seu propósito. Em vez de confiar em Deus, o Ordenador dos eventos, manifestou
falta de fé persuadindo Jacó a ludibriar seu pai. Nisso, o procedimento de Jacó
não foi aprovado por Deus. Rebeca e Jacó deviam ter esperado que Deus
executasse Seus propósitos à Sua própria maneira, e em Seu próprio tempo, em
vez de procurar cumprir os eventos preditos com a ajuda do engano.
Se Esaú tivesse recebido a
bênção de seu pai, que era conferida ao primogênito, sua prosperidade só
poderia ter vindo de Deus; e Ele tê-lo-ia abençoado com prosperidade ou atraído
sobre ele adversidade, de acordo com seu procedimento. Se ele amasse e reverenciasse
a Deus, como o justo Abel, poderia ser aceito e abençoado por Deus.
Se, como o ímpio Caim, ele não tivesse respeito por Deus nem por Seus
mandamentos, mas seguisse sua própria conduta corrupta, não receberia a bênção
de Deus e seria rejeitado, como foi Caim. Se a conduta de Jacó fosse justa, se
amasse e temesse a Deus, seria abençoado por Deus, e a mão prosperadora de Deus
seria com ele, ainda que não obtivesse a bênção e os privilégios geralmente
concedidos ao primogênito.
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