Os cananeus eram
idólatras, e o Senhor tinha ordenado a Seu povo que não se casasse com eles,
para não serem levados à idolatria. Abraão estava velho, e esperava logo
morrer. Isaque ainda estava solteiro. Abraão temia a influência corruptora que
rodeava Isaque, e estava desejoso de escolher para ele uma esposa que não o
afastasse de Deus. Confiou este assunto ao seu fiel e experiente servo, que
governava tudo que ele possuía.
Abraão exigiu que seu servo
fizesse um solene juramento perante o Senhor, de que não tomaria esposa para
Isaque, dos cananeus, mas que iria até à parentela de Abraão, que cria no
verdadeiro Deus, e escolheria uma esposa para Isaque. Ele recomendou que se acautelasse
e não levasse Isaque para o país de onde viera, onde quase todos estavam
afetados pela idolatria. Se não encontrasse para Isaque uma esposa que
estivesse pronta a deixar sua família e vir para onde ele estava, estaria livre
do juramento que prestara.
Este importante assunto não
foi deixado com Isaque, para que ele escolhesse por si mesmo, independentemente
de seu pai. Abraão disse ao servo que Deus enviaria Seu anjo diante dele para
dirigi-lo na escolha. O servo a quem esta missão foi confiada iniciou a sua
longa jornada. Ao entrar na cidade onde habitavam
os parentes de Abraão, orou fervorosamente para que Deus o guiasse na escolha
da esposa para Isaque. Pediu que uma evidência positiva lhe fosse dada para não
errar nesse assunto. Descansou junto a um poço, que era lugar de grande
ajuntamento. Aqui particularmente ele notou as maneiras recatadas e a cortês
conduta de Rebeca, recebendo toda a evidência que pedira a Deus, de que Rebeca
era aquela que Deus houvera por bem escolher para tornar-se a esposa de Isaque.
Ela convidou o servo para a casa de seu pai. Ele então relatou ao pai de Rebeca
e a seu irmão, a evidência que recebera do Senhor de que Rebeca devia tornar-se
a esposa do filho de seu senhor, Isaque.
Disse então o servo de Abraão:
"Agora, pois, se vós haveis de mostrar usar de beneficência e verdade a
meu senhor, fazei-mo saber; e se não, também mo fazei saber, para que eu olhe à
mão direita, ou à esquerda." Gênesis 24:49. O pai e o irmão responderam:
"Do Senhor procedeu este negócio, não podemos falar-te mal ou bem. Eis
que, Rebeca está diante da tua face; toma-a, e vai-te; seja a mulher do filho
de teu senhor, como tem dito o Senhor. E aconteceu que o servo de Abraão,
ouvindo as suas palavras, inclinou-se à terra diante do Senhor." Gênesis
24:50-52.
Depois de tudo arranjado, obtido o
consentimento do pai e do irmão, Rebeca foi consultada, se desejava seguir com
o servo de Abraão para uma grande distância da casa de seu pai, para tornar-se
a esposa de Isaque. Ela creu, pelas circunstâncias, que a mão de Deus a
escolhera para ser a esposa de Isaque, e "ela respondeu: Irei".
Gênesis 24:58.
Os contratos de casamento eram geralmente
feitos pelos pais, contudo nenhuma compulsão era usada para forçá-los a casar
com quem não amavam. Mas os filhos tinham confiança no julgamento
dos pais, e seguiam-lhes o conselho concedendo suas afeições àqueles que seus
tementes e experientes pais escolhiam para eles. Era considerado crime seguir
caminho contrário.
Exemplo de Amor
Filial
Isaque tinha sido educado no temor de Deus
para uma vida de obediência. E quando estava com quarenta anos de idade,
submeteu-se à escolha que o temente e experiente servo de seu pai fizera para
ele. Acreditava que Deus dirigiria no que tocava a sua obtenção de
esposa.
O caminho que Abraão seguiu
na educação de Isaque, e que o levou a amar uma vida de nobre obediência, foi
relatado para benefício dos pais, e deve levá-los a ordenar sua casa após eles.
Devem instruir os filhos a se renderem a sua autoridade e respeitá-la. Devem
sentir a responsabilidade que sobre eles repousa, de guiar as afeições dos
filhos, de modo que elas sejam postas sobre pessoas a quem o seu discernimento
indique tratar-se de companheiros dignos para seus filhos e filhas.
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