“Quando acabou de
falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar.
Respondeu-Lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos,
mas sob a Tua palavra lançarei as redes.” Lucas 5:4, 5.
Jesus pregou de muitos púlpitos. No lago de Genesaré, também conhecido como Mar da Galileia, Seu púlpito foi um barco. Os pescadores haviam retornado da noite extenuante de mãos vazias e lavavam as redes. "Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia; e, assentando-Se, ensinava do barco as multidões" (verso 3). Agostinho observa que essa é a primeira ocasião em que o "pescador" está na água, e os "peixes" em terra.
O foco da narrativa do chamado dos discípulos em Lucas é diferente da descrição de Mateus (4:18-11) e Marcos (1:16-20). É provável que pelo menos sete dos discípulos fossem pescadores (Jo 21:1-3). Jesus já os conhecia e era conhecido deles. Haviam viajado juntos de Cafarnaum para a Galileia (Mc 1:21-39). Tinham estado juntos no milagre de Caná (João 2:1). Provavelmente eles seguissem Jesus em "tempo parcial" entre uma pescaria e outra. Agora eles estão diante do chamado para o serviço de "tempo integral".
Em breve, serão desafiados a se tornar "pescadores de homens" (verso 10). Há, porém, uma lição fundamental que devem aprender de início. Jesus ordena a Pedro que navegue para águas profundas e lance a rede. A reação de Pedro é a palavra do especialista, do pescador experimentado, diante da ordem de um carpinteiro: pesca de rede não se realiza de dia e em alto-mar, quando os peixes estão escondidos da luz, nas águas claras da Galileia. Pedro deve ter visto o contrassenso do pedido. Absurdo? Ridículo? Ele simplesmente agiu: "Sob a Tua palavra lançarei a rede."
Provavelmente você já tenha ouvido ordens divinas em diferentes áreas da vida:
nos negócios, no casamento, nos estudos, nos relacionamentos ou nas diversões.
Talvez tenha ficado oscilando entre as "evidências" e a obediência.
O que Deus pede, às vezes, pode parecer contrário à experiência, à prática
e à inclinação. Contudo, Ele está acima de nossas fracas percepções,
conhecimento e senso comum. Apenas quando Lhe obedecemos, mesmo contrariando a
"lógica", podemos experimentar o sucesso. Veja a conclusão do relato
(versos 6, 7): "apanharam grande quantidade de peixes",
"rompiam-se-lhes as redes", encheram dois barcos "a ponto de
quase irem a pique".
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