No meio do jardim,
perto da árvore da vida, estava a árvore do conhecimento do bem e do mal. Esta
árvore fora especialmente designada por Deus para ser a garantia de sua
obediência, fé e amor a Ele. O Senhor ordenou a nossos primeiros pais que não comessem
desta árvore nem tocassem nela, senão morreriam. Disse que podiam comer
livremente de todas as árvores do jardim, exceto daquela, pois se dela comessem
certamente morreriam.
Quando Adão e Eva foram
colocados no belo jardim, tinham para sua felicidade tudo que pudessem desejar.
Mas Deus determinou, em Seu plano onisciente, testar sua lealdade, antes que
eles pudessem ser considerados eternamente fora de perigo. Teriam Seu favor,
Ele conversaria com eles e eles com Ele. Contudo, Ele não colocou o mal fora do
seu alcance. A Satanás foi permitido tentá-los. Se resistissem às tentações,
haveriam de estar no eterno favor de Deus e dos anjos celestiais.
Satanás estava espantado ante
sua nova condição. Sua felicidade acabara. Olhava para os anjos que, com ele,
outrora foram tão felizes, mas que tinham sido expulsos do Céu em sua
companhia. Antes de sua queda nenhuma sombra de descontentamento tinha turbado
sua perfeita alegria. Agora, tudo parecia mudado. As faces que tinham refletido
a imagem de seu Criador estavam melancólicas e
em desespero. Conflito, discórdia e ásperas recriminações existiam entre eles.
Antes de sua rebelião, esses acontecimentos eram desconhecidos no Céu. Satanás
agora observava os terríveis resultados de sua rebelião. Ele estremecia e temia
encarar o futuro e contemplar o fim dessas coisas.
A hora dos alegres e felizes
cânticos de louvor a Deus e Seu amado Filho chegara. Satanás tinha dirigido o
coro celestial. Tinha ferido a primeira nota; então todo o exército angelical
havia-se unido a ele, e gloriosos acordes musicais haviam ressoado através do
Céu em honra a Deus e Seu amado Filho. Mas agora, em vez de suaves notas
musicais, palavras de discórdia e ira caíam aos ouvidos do grande líder rebelde.
Onde estava? Não era isso tudo um horrível sonho? Fora lançado fora do Céu? Os
portais do Céu nunca mais se abririam para admiti-lo? Aproximava-se a hora de
adoração, quando brilhantes e santos anjos se prostravam diante do Pai. Não
mais se uniria em cântico celestial. Não mais se curvaria em reverência e santo
temor ante a presença do eterno Deus.
Pudesse ele voltar a ser como quando era
puro, verdadeiro, leal, e alegremente abandonaria sua pretensão de autoridade.
Mas, estava perdido, fora da possibilidade de redenção, por sua presunçosa
rebeldia! E isto não era tudo; tinha guiado outros à rebelião e à sua própria
condição perdida - anjos que nunca pensaram questionar a vontade do Céu ou
recusar obedecer à lei de Deus, até que ele colocasse isso em sua mente,
argumentando diante deles que podiam desfrutar um bem maior, uma elevada e mais
gloriosa liberdade. Tinha sido esse o sofisma pelo qual os enganara. Uma
responsabilidade agora repousava sobre ele, à qual, de bom grado, teria
renunciado.
Estes espíritos tinham-se tornado
turbulentos com suas esperanças desapontadas. Ao invés de bem maior, estavam experimentando
os maus resultados da desobediência e desrespeito à lei. Nunca mais poderiam
esses seres infelizes ser influenciados pela suave guia de Jesus Cristo. Nunca
mais poderiam esses espíritos ser estimulados pelo profundo e fervoroso amor,
paz e alegria que Sua presença tinha sempre inspirado neles, para retornarem a
Ele em jubilosa obediência e reverente honra.
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