Dinheiro
Deus também confia aos homens
meios. Dá-lhes a capacidade de ganhar riquezas. Umedece o solo com o orvalho do
céu e com a chuva que refresca. Dá a luz do Sol que aquece a terra, despertando
para a vida as coisas da Natureza e fazendo com que floresçam e produzam fruto.
E requer a devolução do que Lhe pertence.
O dinheiro não nos foi dado
para honrarmos e glorificarmos a nós mesmos. Como mordomos fiéis devemos usá-lo
para a honra e glória de Deus. Alguns pensam que apenas parte de seus meios é
do Senhor. Ao porem de parte uma cota para fins religiosos e caritativos,
consideram o restante como sua propriedade, que podem usar como julgam
conveniente. Erram nisso, porém. Tudo quanto possuímos é do Senhor, e Lhe somos
responsáveis pelo uso que fazemos. No uso de cada centavo deve ser visto se
amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
O dinheiro é de grande valor,
porque pode realizar grande bem. Nas mãos dos filhos de Deus é alimento para o
faminto, água para o sedento, vestido para o nu. É proteção para o opresso, e
meio para socorrer o enfermo. Mas o dinheiro não é de mais valor que a areia, a
não ser que o empreguemos para prover às necessidades da vida, para bênção de
outros, e para o desenvolvimento da obra de Cristo.
Riqueza acumulada não é somente inútil, como uma maldição. Nesta
vida é uma armadilha para a pessoa, por desviar as afeições do tesouro celeste.
No grande dia de Deus seu testemunho contra os talentos não usados e as
oportunidades negligenciadas, condenará o seu possuidor. A Escritura diz:
"Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai por vossas misérias, que
sobre vós hão de vir. As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes
estão comidas da traça. O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua
ferrugem dará testemunho contra vós e comerá como fogo a vossa carne.
Entesourastes para os últimos dias. Eis que o salário dos trabalhadores que
ceifaram as vossas terras e que por vós foi diminuído clama; e os clamores dos
que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos." Tiago 5:1-4.
Cristo não sanciona, porém, o uso pródigo e extravagante dos bens.
Sua lição de economia: "Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada
se perca" (João 6:12), é para todos os Seus seguidores. Quem reconhecer
que seu dinheiro é um talento de Deus, utilizá-lo-á economicamente, e sentirá
que o poupar para poder dar, lhe é um dever.
Quanto mais gastarmos em
ostentação e satisfação dos prazeres, tanto menos teremos para alimentar o
faminto e vestir o nu. Todo níquel usado desnecessariamente tira a oportunidade
preciosa de fazer o bem. Roubam-se a Deus a honra e glória que para Ele deviam
refluir pelo aproveitamento dos talentos por Ele outorgados.
Afeto e Cordialidade
O afeto, os impulsos generosos,
e a pronta apreensão das coisas espirituais são talentos preciosos, e colocam o
seu possuidor sob pesada responsabilidade. Todos devem ser empregados no
serviço de Deus; porém, nisso muitos erram. Satisfeitos com essas qualidades,
deixam de introduzi-las no serviço ativo por outros. Lisonjeiam-se de que se
tivessem oportunidade, se as circunstâncias fossem favoráveis, fariam grande e
boa obra. Aguardam, porém, a oportunidade. Desprezam a mesquinhez do pobre
avarento que nega uma esmola até ao necessitado. Vêem que ele está vivendo para
si e é responsável pelos talentos mal empregados. Com muita complacência fazem
contraste entre eles e esses homens mesquinhos, sentindo que sua condição é
mais favorável que a do vizinho desumano. Entretanto, enganam a si mesmos. As
aptidões não usadas somente lhes aumenta a responsabilidade. Os que possuem
grandes afeições estão sob a obrigação para com Deus de empregá-las não
unicamente para com os amigos, mas para com todos os que necessitam de seu
auxílio. Vantagens sociais são talentos e devem ser usados para benefício de
todos os que estão ao alcance de nossa influência. O amor que mostra bondade
somente com poucos, não é amor, mas egoísmo. De modo algum atuará para o bem
nem para a glória de Deus. Os que assim não usam os talentos do Mestre, são
ainda mais culpados que aqueles pelos quais sentem aversão. A eles será dito:
Vocês souberam a vontade do Mestre mas não a cumpriram.
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