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terça-feira, 9 de junho de 2020
Sempre Alegres
"Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos. "Filipenses 4:4
Ao refletirmos sobre esse conselho de Paulo, podem surgir algumas perguntas: O que de fato o apóstolo quis dizer? Em nossa condição humana, não devemos nos permitir ficar tristes nem por um momento? É pecado nos sentir deprimidos? Acaso estariam certos aqueles que ensinam que toda oscilação nos sentimentos do cristão é falta de fé ou submissão ao controle do inimigo? Que dizer de Elias? Davi? Jó? E Cristo, ao dizer com toda transparência no Getsêmani: “A Minha alma está profundamente triste até à morte” (Mt 26:38)? Por que teria Ele chorado junto ao túmulo de Lázaro (Jo 11:35)?
De fato, a alegria é um dos componentes do fruto do Espírito. Portanto, ela não é uma disposição natural do ser humano, mas dádiva de um poder sobrenatural; é alegria “no Senhor”, como afirmou Paulo. Não se trata do extravasamento de mero prazer segundo a visão popular: superficial, impulsivo, não raro associado à satisfação de algum desejo, mas um princípio que nos confere confiança, paz, bem-estar, serenidade, esperança, apesar das circunstâncias exteriores.
O escritor francês Henri Pradel realça a superioridade da alegria plena sobre o prazer terrestre. Para ele, “a alegria é tão diferente do prazer como a joia difere do estojo que a encerra […]. O prazer é uma satisfação mais material, enquanto a alegria é mais espiritual; o prazer é mais tumultuoso, a alegria é mais profunda. O prazer é mais passageiro; a alegria, mais difusa; o prazer, mais localizado, a alegria é mais expansiva; o prazer é cansativo, extenuante às vezes; mas a alegria é sempre revigorante, reanimadora. A alegria é um estado, ela vem do interior; o prazer nos é oferecido de fora” (Os Lazeres: Meios de Formação, p. 147).
Contudo, há um tipo de prazer que todos devemos sentir, e que é resultante do princípio da alegria interior: o prazer que se sobrepõe à dor. Paulo, mesmo tendo se referido ao espinho na carne que o atormentava, disse: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor a Cristo. Porque quando sou fraco, então, é que sou forte” (2Co 12:10).
A confortadora maravilha a ser lembrada neste dia é que o amor de Deus, Sua onipotência e Seu infinito interesse em nossa felicidade continuam inalteráveis em tempos de prosperidade ou de angústia. Assim, podemos enfrentá-los confiantes e com alegria.
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