Depois de haver Satanás terminado suas
tentações, ele deixou Jesus por um pouco de tempo. O inimigo foi derrotado, mas
o conflito fora longo e excessiva a prova, e Cristo estava exausto e fraco.
Caiu ao chão como se fosse morrer. Anjos dos Céus que se haviam curvado diante
dele nas cortes reais, e que com intenso e doloroso interesse presenciaram o
terrível confronto, e como Ele enfrentou a Satanás, agora vieram para servi-Lo.
Prepararam-Lhe alimento e O fortaleceram, pois Ele jazia como morto.
Os anjos estavam cheios
de espanto e admiração ao acompanhar os inexprimíveis sofrimentos do Redentor
do mundo a fim de obter a redenção do homem. Aquele que era igual a Deus nas
cortes reais, estava diante deles enfraquecido pelo jejum de aproximadamente seis
semanas. Solitário, foi perseguido pelo chefe rebelde que havia sido expulso do
Céu. Suportou a mais severa prova a que alguém já foi submetido. A luta contra
o poder das trevas foi longa, e a natureza humana de Cristo a experimentou
intensamente em Sua condição de fraqueza e sofrimento. Os anjos trouxeram-Lhe
mensagens de amor e conforto, provenientes do Pai, bem como a certeza de que
todo o Céu triunfou na vitória completa que Ele ganhou em favor do homem.
O custo da redenção da
humanidade nunca poderá ser completamente compreendido, até que os redimidos
estejam em pé diante do Redentor, ao lado do trono de Deus. Ao ter eles
capacidade para apreciar o valor da vida imortal e da recompensa eterna,
avolumarão o cântico de vitória e imortal triunfo, "proclamando em grande
voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria,
e força, e honra, e glória, e louvor. Então, ouvi que toda criatura",
disse João, "que há no Céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o
mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e
ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos
dos séculos." Apocalipse 5:12 e 13.
Apesar de Satanás ter falhado nos seus mais
fortes esforços e mais poderosas tentações, não desistiu de toda esperança de
que nalgum futuro próximo seria bem-sucedido em seus esforços. Olhava para um
período adiante no ministério de Cristo, quando teria oportunidades de tentar
seus artifícios contra Ele. Satanás planejou cegar a compreensão dos judeus,
povo escolhido de Deus, para que eles não discernissem em Cristo o Salvador do
mundo. Pensou que poderia encher-lhes o coração de inveja, ciúme e ódio contra
o Filho de Deus, a ponto de que não O recebessem mas tornassem a Sua vida na
Terra a mais amarga possível.
Satanás convocou um
concílio de seus anjos, a fim de decidirem que curso deveriam seguir para
impedir que o povo tivesse fé em Cristo como o Messias que os judeus por tão
longo tempo haviam esperado ansiosamente. Ficou desapontado e enraivecido
porque em nada prevaleceu contra Jesus, nas diferentes maneiras de tentações no
deserto. Pensava que se pudesse inspirar o coração do próprio povo de Cristo a
descrer de que Ele era o Prometido, poderia desencorajar a Jesus na Sua missão
e assegurar os judeus como agentes na execução dos seus propósitos.
Satanás se aproxima do
homem como um anjo de luz, tentando-o, como fez com Cristo. Tem atuado para
levar o homem a uma condição de fraqueza física e moral, de maneira que possa
facilmente dominá-lo e então triunfar sobre sua ruína. E tem sido bem-sucedido
em tentar o homem a condescender com o apetite, a despeito do resultado. Sabe
muito bem que é impossível ao homem desincumbir-se de suas obrigações para com
Deus e seus semelhantes enquanto enfraquece as faculdades que Deus lhe deu. O
cérebro é a capital do corpo. Se as faculdades perceptivas forem entorpecidas
por qualquer espécie de intemperança, as coisas eternas não serão discernidas.
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