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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

47 (História da Redenção) Progressos da Reforma - Parte Final



                                Inglaterra e Escócia Iluminadas

Enquanto Lutero abria ao povo da Alemanha uma Bíblia até então fechada, Tyndale era impelido pelo Espírito de Deus a fazer o mesmo pela Inglaterra. Ele era um diligente estudioso das Escrituras, e destemidamente pregou suas convicções da verdade, insistindo em que toda doutrina fosse provada pela Palavra de Deus. Seu zelo poderia, entretanto, suscitar a oposição dos papistas. Um ilustrado doutor católico, empenhado em controvérsia com ele, exclamou: "Ser-nos-ia melhor estar sem as leis de Deus, do que sem as do papa." Tyndale replicou: "Desafio o papa e todas as suas leis; e, se Deus poupar minha vida, dentro de poucos anos farei com que um rapaz que conduz o arado saiba mais das Escrituras do que vós."
O propósito que começara a acalentar, de dar ao povo as Escrituras do Novo Testamento em sua própria língua, agora se confirmava, e imediatamente se aplicou à obra. Toda a Inglaterraparecia cerrar-se para ele, e resolveu procurar abrigo na Alemanha. Ali começou a imprimir o Novo Testamento em inglês. Três mil exemplares do Novo Testamento foram logo concluídos, e seguiu-se outra edição no mesmo ano.
Finalmente, deu testemunho da fé, morrendo como mártir; contudo, as armas que preparara habilitaram outros soldados a batalhar por todos os séculos, mesmo até os nossos dias.
Na Escócia, o evangelho encontrou um campeão na pessoa de João Knox. Este fiel e verdadeiro reformador não temia a face do homem. Os fogos do martírio, luzindo em redor dele, apenas serviam para despertar seu zelo em maior intensidade. Com o machado do carrasco pendente ameaçadoramente sobre a cabeça, manteve-se em seu terreno, desfechando vigorosos golpes à direita e à esquerda, para demolir a idolatria. Assim, manteve seu propósito, orando e travando as batalhas do Senhor, até que a Escócia ficou livre.
Na Inglaterra, Latimer sustentava do púlpito que a Bíblia deveria ser lida na língua do povo. O Autor da Escritura Sagrada, dizia ele, "é o próprio Deus"; e esta Escritura participa do poder e da eternidade de seu Autor. "Não há rei, imperador, juiz, ou governador... que não tenha o dever de obedecer a... Sua santa Palavra." "Não tomemos quaisquer atalhos, mas dirija-nos a Palavra de Deus: não andemos segundo nossos antepassados nem busquemos saber o que fizeram, mas sim o que deveriam ter feito."
Barnes e Frith, fiéis amigos de Tyndale, levantaram-se em defesa da verdade. Seguiram-se os Ridleys e Cranmer. Estes dirigentes da Reforma inglesa eram homens de saber, e a maioria deles tinha sido muito estimada pelo zelo e piedade na comunhão romana. Sua oposição ao papado resultou
de seu conhecimento dos erros da "Santa Sé". Familiarizados com os mistérios de Babilônia, maior poder imprimiram a seus testemunhos contra ela.
O grande princípio mantido por Tyndale, Frith, Latimer e os Ridleys, foi a divina autoridade e suficiência das Sagradas Escrituras. Rejeitaram a pretensa autoridade dos papas, concílios, padres e reis de governarem a consciência em matéria de fé religiosa. A Bíblia era sua norma, e para esta eles levavam todas as doutrinas e todos os reclamos. A fé em Deus e em Sua Palavra sustentava aqueles homens santos, ao renderem a vida no instrumento de tortura.


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