Quando Jesus revelou a Seus discípulos a sorte
de Jerusalém e as cenas do segundo advento, predisse também a experiência de
Seu povo desde o tempo em que deveria ser tirado dentre eles até a Sua volta em
poder e glória para a sua libertação. Do Monte das Oliveiras o Salvador
contemplou as tempestades prestes a desabar sobre a igreja apostólica; e
penetrando mais profundamente no futuro, Seus olhos divisaram as terríveis e
devastadoras tormentas que se haviam de abater sobre Seus seguidores nos
vindouros séculos de trevas e perseguição. Em poucas e breves declarações de
tremendo significado, predisse o que os governadores deste mundo haveriam de
impor à igreja de Deus. Os seguidores de Cristo deveriam trilhar a mesma senda
de humilhação, ignomínia e sofrimento que seu Mestre palmilhara. A inimizade
que irrompera contra o Redentor do mundo, manifestar-se-ia contra todos os que
cressem em Seu nome.
A história da igreja
primitiva testificou do cumprimento das palavras do Salvador. Os poderes da
Terra e do inferno arregimentaram-se contra Cristo na pessoa de Seus
seguidores. O paganismo previa que se o evangelho triunfasse, seus templos e
altares desapareceriam; portanto, convocou suas forças para destruir o
cristianismo. Acenderam-se os fogos da perseguição. Os cristãos eram despojados
de suas possessões e expulsos de suas casas. Suportaram "grande combate de
aflições". Hebreus 10:32. Eles "experimentaram escárnios e açoites, e
até cadeias e prisões". Hebreus 11:36. Grande número deles selaram seu
testemunho com o próprio sangue. Nobres e escravos, ricos e pobres, doutos e
ignorantes, foram de igual modo mortos sem misericórdia.
Nulos foram os esforços de Satanás para destruir
pela violência a igreja de Cristo. O grande conflito em que os discípulos de
Jesus rendiam a vida, não cessava quando estes fiéis porta-estandartes tombavam
em seus postos. Com a derrota, venciam. Os obreiros de Deus eram mortos, mas a
Sua obra ia avante com firmeza. O evangelho continuava a espalhar-se, e o
número de seus aderentes a aumentar. Penetrou em regiões que eram inacessíveis,
mesmo às águias romanas. Disse um cristão, contendendo com os governadores
pagãos que estavam a impulsionar a perseguição: Podeis "matar-nos,
torturar-nos; condenar-nos. ... Vossa injustiça é prova de que somos inocentes.
... Tampouco vossa crueldade ... vos aproveitará". Isto não foi senão um
convite mais forte para se trazerem outros à mesma persuasão. "Quanto mais
somos ceifados por vós, tanto mais crescemos em número; o sangue dos cristãos é
semente."
Milhares eram
aprisionados e mortos, mas outros surgiam para ocupar as vagas. E os que eram
martirizados por sua fé tornavam-se aquisição de Cristo, por Ele tidos na conta
de vencedores. Eles combateram o bom combate, e devem receber a coroa de glória
quando Cristo vier. Os sofrimentos que suportavam levavam os cristãos mais
perto uns dos outros e de Seu Redentor. Seu exemplo em vida e testemunho ao
morrer eram constante atestado à verdade; e, onde menos se esperava, os súditos
de Satanás estavam deixando o seu serviço e alistando-se sob a bandeira de
Cristo.
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